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Duas décadas após o título, a Seleção Brasileira segue na luta para buscar o hexacampeonato.
No dia 30 de Junho de 2002, em Tóquio, no Japão, a seleção brasileira se tornou a única equipe de futebol a chegar à marca de cinco títulos de Copa do Mundo. A conquista foi muito simbólica depois do ocorrido na final contra a França em 1998.
No início dos anos 2000 as coisas eram um tanto quanto diferentes das atuais, não apenas de todas as revoluções tecnológicas, mas o desenvolvimento de diversas áreas. Naturalmente, muita coisa mudou e não foi diferente com o futebol. Do ano do Penta até 2022, já se passaram 4 Copas do Mundo e o desempenho da seleção foi bem abaixo das expectativas.
O melhor resultado do time brasileiro foi um quarto lugar em 2014, após o vexame do 7 a 1 contra a Alemanha. Nas outras edições, o time estagnou nas quartas de final da competição. Talvez outra decepção tão grande quanto a edição realizada nas terras brasileiras tenha sido em 2006, após vencer o campeonato. O time, no papel, tinha estrelas que não corresponderam em campo, talvez consumida por um “estrelismo” excessivo, entre outros motivos.
Algo que se torna curioso é que, quando se classificou para o mundial em 2002, o Brasil não apresentou um desempenho expressivo durante as eliminatórias, chegando à competição com incógnitas na cabeça dos torcedores. Agora, o time se classificou com sobras, sem perder um jogo. Entretanto, em certos momentos, não conseguiu convencer de que poderia ir bem no próximo mundial.
A sensação da população também não é a mesma que remete a uma saudade. Antes as ruas eram pintadas e a comoção ecoava mais intensamente. Hoje, o interesse e engajamento das pessoas não é mais o mesmo. O encanto pode ter se esvaído pela perda de ídolos que representam propriamente o Brasil.
Neymar não consegue convencer a todos, ainda mais pelo desempenho em copas. Pela seleção, os números são excelentes. Com a camisa da Amarelinha, desde sua estreia em 2010, o atacante disputou 119 jogos e marcou 74 gols, o segundo com maior número de marcas, ficando atrás apenas de Pelé.
De volta a 2002, também existiam as dúvidas e incertezas relacionadas aos jogadores. Como Ronaldo, o Fenômeno, que teve sua convocação questionada já que retornava de uma lesão grave no joelho. Porém, sua campanha durante o torneio fez com que seu apelido se justificasse.
O ar nostálgico parece não permitir que o brilho retorne aos olhos do torcedor quando a seleção entra em campo. Sempre há uma desconfiança. Mas, isso se justifica? O treinador, desde que assumiu, comandou a equipe em 74 jogos e possui 80% de aproveitamento. O atual técnico possui apenas 5 derrotas, em que apenas duas foram em jogos de fato relevantes, uma na Copa América e outra na eliminação no mundial de 2018. Durante a ‘era’ Tite, foram apenas 26 gols sofridos e 158 marcados.
O distanciamento entre os jogadores e o público também é algo que deve ser relembrado. Na época do torneio em 2002, muitos jogadores ainda jogavam em times brasileiros, o que aproximava e criava certos vínculos. Atualmente, a maioria desfila nos gramados europeus. No entanto, talvez as redes sociais (que não eram expressivas no início dos anos 2000) também possam favorecer a proximidade e criar esse laço.
Apesar dos pesares, quando a Copa começa, tudo parece mudar. Urge a necessidade do Hexa em 2022. Os corações brasileiros precisam de um acalento depois de anos tão difíceis. Aos fãs das superstições futebolísticas, existem semelhanças entre os períodos que antecederam o mundial que tornam a possibilidade de um título intensamente palpável. Aqueles que preferem as estatísticas também estão contemplados, mas o que deve falar mais alto é o fervor que uma conquista assim traria para terras brasileiras que precisam de uma nova estrela, que não apenas o ardor do Sol.