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Quanto tempo você gasta hoje da sua casa ao trabalho, ou até a faculdade? No mundo globalizado temos a impressão de que o tempo já não se passa mais como antigamente. As horas passam voando e, quando nos damos conta, já se foi uma, duas horas no trânsito. E olha que nem estamos falando de uma megalópole. Goiânia tem hoje a sexta maior frota de veículos do país, tendo uma média de aproximadamente um veículo por habitante, segundo dados do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
Os dados recentes do Detran-GO mostram que há um número de mais de 4,23 milhões de veículos na capital. Um crescimento de cerca de 20,6% nos últimos seis anos. De acordo com os números obtidos do Fórum de Mobilidade, a renda mensal de quem está adquirindo veículos é da faixa de 2 mil a 4 mil reais.
Esta movimentação precisa ser discutida. O que tem motivado as pessoas a comprarem seus próprios veículos? Será o sonho de ter um super carro, ou uma super moto? Ou será mesmo o anseio de não depender mais do transporte coletivo? Seja um ou outro, a verdade é que estamos com vias lotadas, ônibus coletivos mais lotados ainda e o número só tende a crescer.
Segunda a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, a frota de veículos coletivos hoje é de 1012 ônibus, transportando mais de 400 mil passageiros. Para quem depende do transporte público é notório que este quantitativo é insuficiente, ou que no mínimo a organização das rotas, baseadas nas demandas, é mal feita.
Para o professor do Instituto Federal de Goiás e engenheiro de transportes, Marcos Rothen, o transporte público não é uma prioridade do governo. E claramente não é mesmo. O professor se encarregou de apresentar à CMTC uma nota técnica com medidas que poderiam melhorar a qualidade do transporte público na região metropolitana, mas as propostas foram ouvidas e deixadas de lado.
Quando se tem um Plano Diretor com propostas eficientes e uma série de sugestões de melhorias com fácil implementação ignoradas, o que se pode reiterar é que a mobilidade urbana é uma utopia sempre visitada, mas nunca de fato posta em prática. É consenso: o transporte público em Goiânia é precário, está deficitário e possui uma logística nada eficiente. Para começarmos a discussão sobre mobilidade precisamos partir daí: transporte público eficiente faz a máquina da mobilidade girar.
Mas se essa é a saída e, pelo andar da carruagem, não vemos grandes esforços governamentais para uma mobilidade urbana eficiente se concretizar em Goiânia, quem dirá no Brasil como um todo.