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No Brasil, historicamente, a pobreza e a desigualdade de renda são problemas sociais crônicos, pois o processo de enriquecimento de algumas camadas da população ocorreu às expensas de outras, o que deixou essas em situação de necessidade extrema. Porém, nem sempre essa questão foi enfrentada pelos governos, que passaram a dedicar-se ao tema apenas no final da década de 90, quando foi criado o primeiro programa federal de transferência de renda, o Programa Comunidade Solidária.
Um estudo do IBGE aponta que a região Nordeste concentra a maior parte das pessoas vivendo em situação de extrema pobreza e pobreza. Apesar de responder por 27,1% da população brasileira, quase a metade (49,4%) das pessoas em extrema pobreza e 45,5% das pessoas em pobreza viviam na região. O mesmo estudo ressalta que cerca de 12 milhões de pessoas viviam em extrema pobreza no Brasil em 2020, ou seja, com menos de R$155 reais por mês, e mais de 50 milhões, ou 1 em cada 4 brasileiros, viviam em situação de pobreza, com menos de R$450 por mês.
No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso foram criados vários programas sociais, dentre os quais se destacam o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação e o Vale Gás. Todavia, em 2003, o enfrentamento dessas questões atingiu maior nível de prioridade, com a criação do Programa Fome Zero e do Programa Bolsa Família. A partir de então, um maior montante de recursos passou a ser destinado aos programas sociais.
Quando o governo utiliza programas sociais, aqueles indivíduos que estão à margem do sistema econômico, do mercado de trabalho e de condições dignas de vida, tendem a criar expectativas de uma melhoria na sua qualidade de vida. Isso ocorre porque esses programas, ao buscarem atender os mais pobres, lhes fornecem mecanismos para melhorar sua alimentação, saúde, moradia, acesso ao sistema educacional e ao mercado de trabalho (direitos sociais básicos).
Não se pode deixar de mencionar que existem diversos outros fatores que contribuem para a redução da pobreza como o crescimento econômico, as políticas de ampliação de emprego, a queda das taxas de juros e da inflação, o aumento real do salário mínimo, a evolução das instituições, etc.
Vale ressaltar que os programas sociais vêm acompanhado de partido político. O governo que ajuda a população em quesito, principalmente, financeiro, ganha popularidade e consequentemente mais votos são garantidos nas eleições. Contudo, existem hipóteses que apontam que as transferências de renda governamentais desmotivam os indivíduos pobres a procurar emprego ou a qualificação profissional e os tornam dependentes dessas transferências. Nesse sentido, muitas famílias se acomodariam na pobreza para continuar a receber os benefícios sociais.