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Nos últimos anos, jogos eletrônicos nacionais têm ganhado cada vez mais espaço na indústria brasileira e no meio internacional, mas ainda têm que lidar com grandes problemas de distribuição e marketing que impedem o seu reconhecimento.
Os jogos de videogame já são muito difundidos na cultura brasileira: de acordo com uma recente pesquisa da Kantar Ibope Media, somos o décimo quinto país na lista de nações que mais jogam videogame, estipulando que 72% dos brasileiros com acesso à internet consomem esse tipo de mídia. Com números tão grandes de consumo, é esperado que também tenhamos grande participação na produção de jogos digitais, mas não é todo dia que se ouve falar de jogos brasileiros.
A falta de Distribuidoras
O problema do baixo reconhecimento dos jogos nacionais na indústria se concentra na falta de distribuição. De acordo com Ivan Freire, criador de Dodgeball Academia: “Eu acho que a gente tem grandes estúdios e a gente já consegue provar que a gente consegue competir em termos de qualidade e criatividade de igual pra igual, mas quando você fala de espaço é um pouco relativo, porque a distribuição é muito difícil”. O desenvolvedor também alega que sua obra só conseguiu ter o devido sucesso por conta da distribuidora que fez um excelente trabalho de divulgação internacional, conseguindo até mesmo introduzir o jogo em serviços de assinatura como o Xbox Game Pass.
O Brasil possui inúmeros desenvolvedores com projetos únicos, mas pela falta de distribuidoras dispostas a abraçar esses projetos, muitas obras não recebem divulgação ou financiamento, deixando de cair nas graças do público. Na visão do editor-chefe do portal Voxel, Vinícius Munhoz: “O marketing é o que mais pesa hoje em dia, não tem como falar que não é. […] Quando você não tem o gerenciamento para te dar ferramentas para espalhar a palavra do seu projeto fica mais difícil. Aqui fica meio no boca a boca, o pessoal tenta se destacar, manda DM no Twitter, acaba sendo esse contato bem mais difícil do que quando há uma empresa por trás, porque é mais difícil mesmo, o foco do desenvolvedor é fazer o jogo.” O jornalista também afirma que o contato de distribuidoras do exterior é muito mais constante e eficiente, o que tende a chamar mais atenção dos veículos jornalísticos.
Os algoritmos
Outro problema do qual é importante se manter atento é a questão dos algoritmos dos meios digitais. A maior plataforma de divulgação dos jogos eletrônicos é a própria internet, que funciona sob um algoritmo que tende a pegar tópicos em tendência e manter eles ao máximo em tendência com o intuito de atrair mais visualizações. De acordo com Vinicius Munhoz, os portais de noticias de jogos são reféns desse sistema e, uma vez que possuem metas a serem batidas, trabalham com tópicos em tendência, sem muito espaço para falar do que chama menos atenção do público, como jogos brasileiros.
Mas e quanto ao futuro?
Não existe uma solução simples para uma problemática tão complexa. Munhoz sugere que em um contexto ideal, os veículos de noticia poderiam divulgar todos os projetos indies aos quais têm acesso, o que colaboraria de forma significativa com a redução do problema, mas esse não é um retrato condizente com a realidade.
Ainda assim, mesmo com o atual cenário, existe uma perspectiva positiva de futuro, já que os jogos brasileiros têm se destacado na mídia mais do que nunca, fazendo com que a mídia internacional mantenha os olhos abertos a outras obras nacionais. Nas palavras do estudante de jogos digitais, Leo Ferreira: “Eu me sinto esperançoso, quando entrei para a faculdade de games eu era um pouco mais cético sobre a indústria. Quando vejo o meio indie do Brasil tendo tanto destaque a mais do que ele tinha em 2018, naquela época tu quase não tinha jogos aparecendo, eu fico um pouco esperançoso de que um dia pode ser eu, e um dia mais dos meus podem estar nessa posição.”
Que notícia excelente Alice, meus parabéns 👏🏽👏🏽
É muito bom ver um trabalho nacional sendo reconhecido.