Trincheira da Marginal Botafogo gera incertezas acerca do seu uso em período de chuvas

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Valto Leão

Estudante de Jornalismo / Repórter do Lab Notícias

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Trecho liberado em maio deste ano traz questionamentos e deixa pessoas apreensivas por conta dos recorrentes casos de alagamentos que ocorrem no local

A trincheira da Marginal Botafogo, inaugurada em 13 de maio deste ano, trouxe preocupações sobre o pleno uso dos trechos no período de chuvas, em Goiânia. A obra, que foi construída para dar mais fluidez ao trânsito da capital, se situa abaixo do Complexo Viário Jamel Cecílio.

A obra tem o intuito de beneficiar motoristas que trafegam pela Marginal Botafogo no sentido centro-sul em direção à Segunda Radial. Porém, o fato dela se localizar muito próximo ao leito do rio e também ser mais baixa que o restante da via tem deixado usuários frequentes do local bastante aflitos em relação à época de chuvas. “Me sinto preocupado com a situação, tendo em vista que dependo da via para minha locomoção, e indignado com o descaso público para com esse problema recorrente”, relata Victor Nobre, projetista e estudante que utiliza o local em todo o período letivo.

Quem utiliza transporte público para o deslocamento, também denuncia a situação da via expressa. “Acho muito injusto! Pagamos impostos caros para nossos governantes melhorarem nossa cidade e eles não fazem isso. O pior é que todo ano acontece isso (alagamentos), e não vejo um projeto que ajude a Marginal”, manifesta Iara de Souza, estudante de jornalismo da UFG que depende de ônibus para se locomover para a faculdade.

Segundo Wanessa Silva Rocha, Antônio Pasqualetto e Elizon Dias Nunes, em pesquisa publicada no livro Goiânia: Córrego Botafogo em dezembro de 2021, na construção da Marginal foram desconsiderados fatores importantes, como a permeabilidade do solo e a preservação da mata ciliar do córrego Botafogo. Em abril de 2018, um temporal que atingiu a cidade de Goiânia fez o córrego Botafogo transbordar. A estrutura má planejada ficou alagada, interditando o local que conta com o fluxo de mais de 150.000 veículos por dia na região.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SEINFRA), órgão responsável pela construção do Complexo Viário Luiz José Costa, não respondeu nossos pedidos de entrevista para dar um esclarecimento sobre o assunto até o fechamento dessa matéria.