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Sabemos que não são nada baratas as peças que compõem o “cardápio” da marca Balenciaga, conhecida por suas peças de alta-costura. O que caracteriza este tipo de costura é a moda exclusiva, feita à mão, com materiais de altíssima qualidade. Já a empresa é uma casa de moda criada pelo estilista espanhol Cristobál Balenciaga, considerado o arquiteto da alta-costura pelo seu amplo conhecimento na confecção dos trajes e utilização de linhas puras contando ainda com o perfeccionismo, que era sua marca. No dia 6 de julho, a Balenciaga apresentou a sua 51ª coleção de Alta-Costura.

Entre os modelos do designer responsável pela coleção, Gvasalia, estavam algumas famosas, como a empresária Kim Kardashian, uma espécie de “musa da grife” no último ano, além da cantora Dua Lipa, a atriz Nicole Kidman, a top Bella Hadid e a veterana fashion Naomi Campbell. 

O desfile começa com peças em neoprene. Se você tiver um olhar mais sustentável acaba achando que elas foram feitas usando pneu, mas não. Com bastante preto, visto que é uma característica da marca apresentar roupas nessa cor. Os modelos eram parecidos com um manequim, já que a maioria dessas peças apresentava uma segunda pele, dando a entender que os modelos vestiram a roupa a vácuo.

A maioria dos modelos usando máscaras meio ”robóticas”, servindo como um lembrete perfeito da incapacidade de permanecer e manter a vida privada. Importante porque visualmente fica mais interessante dando mais visibilidade para a roupa. Apesar das famosas terem vindo sem máscara, possivelmente dando a interpretar que seria uma crítica social sobre a gente conseguir dar valor à peça dependendo de quem a usa. 

Logo depois chegam os brilhos que, ao meu ver, não tiveram nenhuma inovação: são vestidos que parecem ser facilmente encontrados em qualquer loja de fast-fashion. Ressalvo o vestido de tweed, que passa uma vibe das peças da Channel. As peças de jeans masculino, compraríamos despercebidos por 300 reais em uma loja popular, por exemplo. 

A parte “trend-cold” foi bastante executada. A parte de alfaiataria apresentou bastantes peças acinturadas, parecendo uma espécie de corset, seguidos de peças com bastante texturas. Novamente voltando a impressão que a peça foi reciclada, algumas pareciam ser a junção de vários cintos, por exemplo. Ficamos impressionados com os designs. Tudo reflete perfeitamente como nossa sociedade (pelo menos as sociedades ocidentais) se tornou depravada, isolada (tanto por pandemias quanto por tecnologias), desprovida de caráter. 

As celebridades vieram mais pro final. Usando peças não tão comuns, exceto a do marido do estilista responsável que usou a tendência que está bastante em alta, que é uma peça top mais skinny, reforçando talvez uma parte da moda sem gênero, que está bastante em alta no mercado.

A última modelo carregou a parte difícil em andar com vestido não muito apropriado para caminhar. Com um vestido de noiva que com muita luta ela conseguia se locomover nele, por isso merece créditos, pois manteve a calma e terminou graciosamente. Esse ano o vestido de noiva da grife tinha um ar menos “exótico”, o que ajuda muito na hora de servir de inspiração para noivas mais comuns e tradicionais.

No final conseguimos refletir sobre a programação e a forma como o desfile evoluiu de macacões para vestidos enormes no final. E também deixando os rostos mais notáveis para o final. A simplicidade do ambiente contrapôs-se à complexidade das peças de vestuário, que por apresentar cores fortes fica mais “visível” contra o branco das paredes e da decoração.

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