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Considerado como um dos maiores artistas do rap nacional da atualidade, Djonga faz menção de incendiar os racistas como forma de protesto por anos de racismo no Brasil.
O nome de Djonga ficou respeitosamente conhecido no movimento negro ao criar o bordão de “Fogo nos Racistas” e acabou saindo como um dos nomes mais comentados do Twitter na tarde de sábado (18), após sua apresentação no festival de rap ‘Cena 2K22’, em São Paulo.
Conhecido como Djonga, Gustavo Pereira Marques, nascido em 04 de junho de 1994 em Belo Horizonte, Minas Gerais, é um rapper, escritor e compositor brasileiro. Gustavo chama atenção por sua lírica afiada, marginalizada, agressiva e por suas fortes críticas sociais nas letras de suas músicas.
Nos últimos anos houve um crescimento de vários ataques racistas em todo o mundo. Agora, a onda dos grupos socialmente marginalizados é de repreensão ao opressor. Chegou o momento em que os racistas precisam ouvir a voz daqueles que são oprimidos pela “branquitude”.
A frase do Rapper soa como um grito de CHEGA, de não se calar — e se vier terá volta. Por muitos anos os racistas foram tratados na base da conversa, do diálogo. Mas o que eles não sabem é que existe um fortalecimento da comunidade negra e que esses crimes não serão mais tolerados.
A frase “fogo nos racistas” ganhou grande repercussão a partir da música “Olho de tigre” e segue sendo símbolo de luta.
“Sensação, sensacional
Sensação, sensacional
Sensação, sensacional
Firma, firma, firma
Fogo nos racistas”
A música foi lançada pelo rapper na cidade de Mineiro em 2017, e na plataforma do Youtube conta com mais de 11 milhões de acessos.
Além dessa música, Djonga lançou seu terceiro disco, “Ladrão”, que de acordo com ele é um nome sugestivo porque retrata como os negros são enxergados no Brasil, desde a sua formação. O termo Ladrão é mais uma vez um pedido de socorro, um grito que ecoa aos quatro cantos cada vez mais alto. Dessa forma, o artista ganha cada vez mais fãs e seguidores que o apoiam em suas causas. Como o próprio compositor aponta “não se trata de ego, é autoestima, pretos no topo, minha geração fez por merecer”.
Desse modo, o Rapper é mais um na luta diária contra o racismo e fortalecimento dos “seus”. O apelo que Djonga prova não é apenas reflexivo mas também apelativo, em ir para cima daqueles que sempre tiverem espaços de opressão aos grupos considerados minoritários.
O cantor adere a essa frase pela opressão que sua comunidade vem sofrendo ano após ano, sem perspectiva de melhorias. “Fogo nos racistas” virou um sinônimo de intimidação aos racistas. Não basta as pessoas que não fazem parte dessa comunidade ser contra, tem que haver luta, tem que haver voz daqueles que sempre foram calados.