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Neste mês, iniciou-se o maior Paulistão feminino de todos os tempos, que promete ser histórico, segundo a própria Federação Paulista de Futebol (FPF). O campeonato conta com 12 times: Taubaté, Realidade Jovem, Portuguesa, EC São Bernardo, Ferroviária, Pinda, Red Bull Bragantino, Santos, São José, São Paulo, Palmeiras e Corinthians. Além disso, tem na conta a passagem de atletas como Tamires, Luciana, Fê Palermo e Bia Zaneratto, algumas das jogadoras que atuam em times do campeonato (Corinthians, Ferroviária, São Paulo e Palmeiras, respectivamente). As atletas foram convocadas para a seleção da técnica Pia Sundhage na Copa América Feminina deste ano, da qual o Brasil foi campeão sem gols sofridos.
Com o crescimento de 1757% no valor da premiação comparado à última edição, o Paulista se torna um reflexo da crescente valorização do futebol feminino no país. Considerando o recorde de público e audiência em 2021, com 30 mil torcedores na Neo Química Arena, na decisão, e a maior audiência da modalidade no SporTV desde 2014, o campeonato conta, desta vez, com mais investimento e patrocinadores. É o que passa a refletir a valorização do esporte e a importância do Paulistão no crescimento da modalidade que, com os novos patrocínios, como a Centauro, torna mais concreta a visibilidade que o futebol feminino brasileiro merece, como apontam profissionais da área.
“O futebol feminino brasileiro vem de um crescimento muito importante desde a Copa do Mundo de 2019, onde teve um grande boom. Ele já é realidade em muitos cenários, principalmente no estado de São Paulo, em que o campeonato sempre teve pessoas preparadas e interessadas no comando. A cada vez mais podemos ver a diferença e a importância que o Paulistão Feminino tem, não só no cenário profissional, mas nos campeonatos de base, que formam as atletas destaques da Sub20 e Sub17.”
É o que diz Tayna Fiori, jornalista da TNT Sports.
Bem como Tayna destaca, como o maior campeonato estadual de futebol feminino do país, o Paulista é reflexo de um alcance que cresce a cada dia e faz com que a popular expressão se concretize. “A base vem forte”, frase reproduzida por torcedores, enfatiza desde cedo a formação de uma equipe que se mostra próspera e simboliza essa importância de maior destaque do futebol feminino em todos os meios. Isso contribui para que sejam mais frequente, por exemplo, classificações em mundiais, como a da Seleção Brasileira Sub-20, que se classificou no último sábado (20) para a semifinal da Copa do Mundo.
“Depois de 16 anos, a Seleção Brasileira Sub20 está novamente classificada para a semifinal da Copa do Mundo da categoria. […] O investimento da base faz com que essas coisas voltem a ser comuns. Esse time é muito forte, muito diferente e é o futuro do futebol brasileiro feminino. A grande maioria já atua em grandes clubes, no profissional, já são destaques e devem evoluir mais ainda.”
Diz Tayna Fiori. Reprodução: Twitter @TaynaFiori
“O futebol feminino e ponto”
Com parcerias como a da Centauro, varejista de artigos esportivos que patrocina e transmite os jogos do maior Paulistão, com a FPF, o avanço é certeiro. As marcas passam a ver que ao investirem, crescem junto ao futebol feminino e, assim, os sonhos, o mercado e a realidade da modalidade são enxergados, como aponta a jornalista Cárila Covas, fotógrafa e repórter do Paulista Sub-20.
“Acredito que para elevar ainda mais esse esporte onde ele merece, precisamos aceitar que o futebol feminino é o futebol feminino e ponto, sem comparações. É preciso enxergar o mercado, os sonhos e a realidade da modalidade, para aí sim, fazermos tudo pensando e evoluindo o futebol feminino.”
Cárila Covas, jornalista e fotógrafa participante da primeira edição do Paulista Feminino Sub20.
Cárila acredita ainda que “para fazer algo crescer e alcançar o valor e reconhecimento merecido é preciso que as pessoas estejam envolvidas e, do pouco que vi e vivi até então, eu posso afirmar que há quem goste de futebol feminino, quem realmente está interessado no assunto. Pessoas que estudam e que diariamente fazem a modalidade alcançar patamares cada vez maiores. E com isso, o futebol tem tido o reconhecimento que sempre mereceu, através dos patrocínios cada vez maiores e as transmissões cada vez mais engajadas. É uma vitória que todos os times ganham e há muito a comemorar.”
O Paulistão Feminino terá duração de agosto a dezembro e contará com transmissão da final na Globo, em TV aberta. Os jogos são exibidos pela SporTV, TNT Sports, Youtube (Paulistão), Eleven, Paulistão Play, pelo Facebook da Centauro e pelo canal Passa a Bola, que passa a transmitir alguns dos jogos ao vivo e com imagens com uma equipe de peso: Letícia Macedo, Mari Pereira, Alê Xavier e Luana Maluf.
A crescente valorização da modalidade traz esperança de uma presença cada vez maior do futebol feminino no país do futebol, fazendo jus ao movimento #escondidasnuncamais, iniciativa que busca promover maior visibilidade para o futebol feminino brasileiro.
Eu não tenho quase (ou nenhum) contato com o futebol feminino, mas ler essa notícia me fez perceber o quanto a categoria é grandiosa. Informações como público em estádio e engajamento no esporte, coisas que eu não tinha ideia alguma, me deixaram bastante chocada. É incrível ver que esse reconhecimento está acontecendo, mas a matéria me fez, principalmente, querer acompanhar o futebol feminino — saber mais sobre as jogadoras, sobre os times, os campeonatos, a seleção. Muito obrigada por isso! Girou uma chavinha aqui dentro, e a categoria precisa de pessoas como você pra levar informação sobre ela ao público geral.
lindas palavras,amei!!!!
Que notícia linda Lara! Dando credibilidade ao nosso campeonato brasileiro feminino, e mostrando que ele esta crescendo a cada dia mais e se igualando ao masculino! Parabéns, arrasou!