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Fatima Tertuliano
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O crime de importunação sexual é definido no Código Penal desde 2018 no seu artigo 215. A lei criminaliza a prática, que se caracteriza por “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. A pena é de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.

Ainda que existam leis que protegem as mulheres, os homens ainda acham que têm direito sob seus corpos. Sempre viralizam nas redes sociais mulheres que filmam o abuso e expõem o abusador. As pessoas se espantam com a coragem delas e, principalmente, com o cinismo do abusador.

O que mais as choca é que, de repente, elas percebem que foram violentadas e vem o desespero e a culpa. Surgem inúmeras perguntas: será que estou usando uma roupa provocante demais? Será que foi a forma que olhei? Foi culpa minha? 

As mulheres do ônibus são aquelas que podemos encontrar em frente à escola pegando seu filho, num balcão de bar bebendo um chope sozinha, passeando na feira. A mulher  tem o direito de fazer o que ela quiser.

Talvez elas não saibam, mas são as mais belas das mulheres. Têm aquele olhar que diz: “só quero pôr os pés pra cima” e ainda assim conseguem ser bonitas. Mas o que mais me encanta nas mulheres do ônibus é a independência. Moram sozinhas, muitas vezes carregando o peso do mundo nas costas e ainda assim são obrigadas a carregar o esfregão que ela não queria, o peso da culpa que só existe na mente e que  lhes diz que mulheres são fracas, frágeis e tudo mais que as limitam.  

É uma mulher e consegue ainda ser uma menina. Ou só a Mariana, Vitória, Jade ou Ana. A mulher do ônibus não tem medo de trabalho duro. Se for preciso, para se proteger, ela pula o muro. Sim, elas têm medo de se machucar, porém os abusadores não têm pudor ou qualquer respingo de respeito pelo corpo da mulher e veem-nas como um objeto que simplesmente querem. 

As mulheres não são melhores nem piores que os homens. Sei que você é inteligente e sabe o que estou querendo lhe dizer. As mulheres do ônibus querem andar livremente por aí. São fortes as mulheres do ônibus. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.

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