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ISADORA FERNANDES MACHADO
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Toda mulher tem uma grande indecisão do que ela vai fazer no cabelo, seja pra ir em uma festa, trabalho ou faculdade. Primeiro, porque você é um cartão de visitas, a primeira coisa que outras mulheres vão notar e comentar é sobre o seu cabelo. Diz muito sobre o estilo de uma pessoa, mostra o quanto ela está de acordo com as tendências da moda e, geralmente, dependendo do nível de maldade dos amigos “próximos”, é uma indicação sobre o tipo de salão que uma pessoa costuma frequentar. Se vai em um salão de alto nível ou aqueles pequenos com uma portinha aberta em um setor afastado.

Até agora, nada de novo. Porém, em uma tarde de sábado, na rua 109, em uma cidade do interior de Goiás, em uma casa com portões de grade e janelas de vidro, Poliana, no auge dos seus 35 anos, se viu diante do espelho, cabelos molhados e uma decisão a tomar: “Devo pentear o cabelo para fora ou para dentro?” se tratava de um cabelo muito liso, então esse detalhe nas pontas é o que torna o visual impactante e chamativo.

Poliana começou a pensar que essa escolha não é apenas pela beleza; as pessoas sempre comentavam sobre seu cabelo, que estava sempre bagunçado e que não a deixava com uma aparência muito boa. Ela começou a pensar nesses comentários das outras pessoas em relação a ela, que há algo subjetivo ali que direciona o impulso para virar as pontas do cabelo para dentro ou para fora. “Comecei a me lembrar de quando decidi procurar um estilo de cabelo curto ou se optava por um cabelo longo e desejado pelas mulheres, porém eu nunca me identificava com nenhum desses cortes, mas eram tantos comentários maldosos que eu queria fazer de tudo para ser aceita na sociedade com um cabelo padrão”

A relação entre os cabelos e o estado de espírito ficou muito clara! A escolha do cabelo viradodo para fora estava relacionada a uma grande reflexão e autoanalise, e até sugeria um certo romantismo.

O cabelo com pontas ao vento esteve presente em situações alegres, divertidas, informais, dando a impressão de juventude.

“Essa descoberta me trouxe um grande problema, comecei a usar a regra geral para analisar os cortes de cabelo até dos homens.”

 – Cabelo longo? Pessoas criativas, grandes sonhadoras. Entre os idosos, mostra uma tentativa de manter a juventude eterna, resquícios da experiência dos anos 70.

– Cabelo raspado? Mais comum entre homens inteligentes e decididos, que gostam de estar presentes, notados e criam um estilo incrível.

— Cortes com topetes? Favorito, um sonho e bem romântico.

“Tornou-se um vício, algo tão ruim que não consigo me livrar disso. Observo as pessoas na fila de compras do supermercado, no ponto de ônibus, no trabalho, e acabo fazendo algumas conexões entre personalidade e penteado, tanto homens quanto mulheres. Percebi que esse dilema me fazia mal, que devemos parar de nos importar com a opinião alheia e usar o que nos faça bem. Não é porque fulano fez um comentário maldoso em relação ao meu cabelo que eu tenho que mudar. Fui julgada diversas vezes pelo meu estilo e acabei fazendo o mesmo com os outros. Percebi o meu erro e refleti sobre ele. Cada um tem suas próprias escolhas e não cabe a nós julgarmos o estilo de ser do outro”.

Pelo menos no que diz respeito ao corte de Poliana, ela decidiu usar um cabelo nem curto e nem longo, um cabelo médio e com um volume natural, já as pontas, ela decidiu deixar retas. Deixou também de se importar com as opiniões a respeito de sua aparência.

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