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Aos 22 anos, prestes a tirar a carteira de habilitação, questões relacionadas ao trânsito têm tomado boa parte dos meus pensamentos nas últimas semanas. Junto com a incredulidade referente à desorganização do trânsito de Anápolis, sem duvidar que o mesmo ocorra em outros municípios, algo positivo chama a atenção: a paciência dos já habilitados com os aprendizes diante do volante.
Durante o mês de agosto, ao lado instrutor, não foram poucas as vezes que o carro simplesmente apagou, obviamente por culpa dele e não minha. Confesso que poucas vezes me apavorei tanto como quando um semáforo de uma importante avenida se abriu e eu, na dianteira da gigantesca fila de veículos, não saí do lugar. Para minha surpresa, nenhuma buzina foi apertada, o que provavelmente pioraria e muito a situação. Ao contrário, os carros que seguiam atrás de mim desviaram para a pista ao lado e seguiram.
Evidente que o mesmo não ocorreria com um carro não identificado com as faixas amarelas de uma auto escola. Situação essa que nos faz refletir sobre as relações no trânsito e como os jovens condutores acabam jogados aos leões. Muitos acabam levando na esportiva, colando adesivos no carro com mensagens do tipo “seja paciente, recém-habilitado” ou algo mais apelativo como “tenha dó, empatia, luz e não se irrite se não fico nervosa e o carro morre”, seguido por “gratidão eterna”. Já outros acabam traumatizados nas primeiras experiências.
Então, consideramos de urgência necessidade para os jovens motoristas, o que por ventura acaba me beneficiando, uma consciência coletiva que visa a paciência e o respeito no trânsito. Algumas iniciativas, como em São José do Rio Preto (SP) desenvolveram um imã que ao ser colocado no carro identifica aquele jovem condutor com a mensagem de “motorista iniciante, seja paciente”. Aqui, em Goiás, faço coro. Por favor, nos escutem (se não o carro morre).