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Apesar de ser um programa importante, instituições de aprendizagem profissional estão sob ameaça de encerrarem suas atividades

As instituições de aprendizagem profissional têm um papel muito importante na formação pessoal e profissional de jovens brasileiros, principalmente os que pertencem a situações de vulnerabilidade social ou pobreza.

O programa jovem aprendiz foi criado com o objetivo de capacitar os jovens entre 14 e 24 anos e oferecer experiência de trabalho e renda extra no período de aprendizado. Isso, devido ao fato de o mercado de trabalho muitas vezes exigir experiência, e o jovem, por sua vez, não possuir nenhuma quando busca seu primeiro emprego.

Apesar de serem entidades importantes, a publicação da MP (Medida Provisória) 1.116 e do Decreto 11.061 no dia 04 de maio de 2022, propõe mudanças que intensificam a desregulamentação e flexibilização de leis trabalhistas, além de garantir impunidade a empresas infratoras e anistia de multas. Dessa forma, as legislações aumentam para até quatro anos o período de contrato de jovem aprendiz, o que causa a diminuição de 160 mil vagas desse programa em todo o país. Causa também a eliminação de 600 mil vagas de jovem aprendiz por permitir que as empresas não contratem esse tipo de profissional.

Em entrevista ao Lab Noticias, Jadyr Alves de Andrade, fundadora do CAMP Goiânia (Ciclo de Apoio à Aprendizagem Profissional) reforça a importância das instituições de aprendizagem profissional: “o jovem entra no mercado de trabalho sem nenhum conhecimento, sem curso para orientá-lo, sem apoio psicológico no qual pode sofrer diversas formas de exploração e não saber o que fazer. Por isso, nós lutamos pelos direitos dos jovens e continuaremos lutando”, afirma Jadyr.

“Nós não podemos nos calar quando a gente sabe que vai prejudicar o jovem” – Jadyr Alves de Andrade

Fundada em 01 de julho de 1973 por Paulo Henrique de Andrade e sua esposa Jadyr Alves de Andrade, o CAMP contém uma estimativa de que 26 mil jovens já passaram pela instituição que ainda mantém viva sua preocupação com os adolescentes que frequentam o local.

Ao ser interrogada sobre a MP 1.116, Jadyr afirma estar confiante que esse decreto não seja aprovado, devido ao fato de o Congresso querer vetar essa lei, e completa: “Fui para as ruas na Revolução de 64 e não tive medo, e todas as manifestações que tiver aqui em favor da melhora, eu participarei enquanto tiver perna para andar”.

Jadyr completa dizendo que o CAMP não é uma parte dela, mas sim a sua vida, pois está com a instituição desde os seus 33 anos de idade, quando foi fundada em 1973.

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