Foto: Reprodução/Instagram

O setor de bares e restaurantes nacionais fechou em alta de 20% na economia em 2022, de acordo com pesquisas do Instituto Foodservice Brasil (IFB). Graças às celebrações anuais, e a eventos sociais como a Copa e as eleições, o setor teve o impulso necessário para atingir essa meta. No entanto, não deve-se resumir o sucesso para apenas esse fator. Pode-se identificar 3 grandes causadores deste saldo econômico positivo. Confira-os abaixo:

A ABERTURA E REABERTURA DOS ESPAÇOS FÍSICOS GASTRONÔMICOS
O PREÇO DOS CARDÁPIOS ABAIXO DA INFLAÇÃO DE INSUMOS
O AUMENTO NO NÚMERO DE EVENTOS SOCIAIS PÓS-PANDEMIA

A abertura e reabertura dos espaços físicos de foodservice

Conforme a pandemia passou a ser controlada, os negócios do serviço gastronômico voltaram a dar as caras. A pesquisa CREST 4T21, realizada no último trimestre de 2021, analisou os hábitos de consumo e comportamento do cliente de serviços alimentícios – gastos, tráfego e ticket médio no Brasil e em todo mundo. Nos dados da pesquisa verifica-se que o recorte econômico brasileiro foi positivo.

“O gasto em média no setor foi de R$169,4 bilhões em 2021, um aumento de 18% em comparação ao ano anterior. Além dele, o tráfego também aumentou em 5% (10,5 bilhões de visitas) e o ticket médio subiu para R$16,21 – um acréscimo de 12%.” relata o estudo.

Em Goiânia

Aqui na capital goiana não foi diferente. Segundo dados do Ministério da Saúde, em relatório de 2021, 18% dos goianos consomem mais de 4 doses de bebidas alcoólicas por mês. A informação não passou despercebida pelos lojistas.

No final do mesmo ano, Goiânia registrou mais de 800 novos bares e restaurantes, de acordo com o jornal “O Popular”. Dando indícios de que 2022, seria um ano de recuperação na economia do mercado de foodservice, com saldos que só não foram melhores ainda devido às despesas e dívidas contraídas no período pandêmico.

O preço dos cardápios abaixo da inflação dos insumos

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Ticket, que pertence ao grupo Endered (desde 1976 ligada ao Programa de Alimentação do Trabalhador), o preço de um prato médio em 2013 custava R$27,40. Esse valor, em 10 anos, quase dobrou (48,3%). Hoje, uma refeição média custa R$ 40,64.

Ainda sim, os bares e restaurantes de todo país tomaram como estratégia, seguir com menus abaixo da inflação de diversos insumos consolidados, como batata inglesa, cebola e arroz branco. Por exemplo: se o preço de um prato médio hoje, fosse ajustado para acompanhar a inflação atual, ele passaria a custar R$ 47,62. Um aumento de custo próximo a 20% do valor real.

Mas porquê? Bom, o intuito dessa medida era para que os preços em cada menu fossem menores. Portanto, mais atrativos para a clientela que mal havia superado as dificuldades econômicas da pandemia. Uma vez que a diferença entre o preço de comer fora, e comer em casa encurtou bastante em 2022. As pessoas começaram a colocar na balança não só o preço dos produtos em supermercados e distribuidoras, como também a preparação da refeição – custo da água, energia, gás e outras despesas.

Sendo assim, aqueles que moram sozinhos ou em dupla, e que portanto cozinham menos porções, foram os primeiros a ver essa conta bater. Muitas vezes, substituem a janta por um sanduíche; um lanche em casa por açaí, e daí por diante. Pois comer fora passou a ser uma opção economicamente viável.

O aumento de eventos sociais pós-covid-19

Em 2022, tivemos a retomada do ensino totalmente presencial em diversas escolas e universidades do país. Ademais, o retorno de muitos trabalhadores que estavam em home office. Logo, houve-se um aumento significativo no número de pessoas circulando pelas cidades. Essa mudança, por sua vez, aumentou a frequência de reuniões sociais em espaços públicos, principalmente em espaços gastronômicos.

O pessoal do happy hour após os serviços, alunos que se juntavam fora dos ambientes escolares, aqueles que queriam tomar uma cerveja assistindo a um jogo do Brasileirão, outros que queriam comemorar aniversários, ou graduações. A verdade é que a maioria das pessoas só queria uma desculpa para sair, após ficarem presos em casa por 2 anos. O último trimestre de 2022 em especial, foi uma verdadeira impulsão na economia de bares e restaurantes.

A quantidade impressionante de eleitores nas ruas para assistirem a contagem de votos; A maior torcida do mundo (do flamengo) assistindo a duas finais de campeonato ( libertadores e copa do Brasil); As tão esperadas festas de fim de ano; E é claro, o “boom econômico” da Copa do Mundo. Diversos estabelecimentos da cidade preparam-se para lotação, além de realizarem festas promocionais antes e depois dos jogos do Brasil. O país parou para assistir a Copa. Inclusive, em diversas partes do país foram decretados feriados em dias de jogo da seleção. Não é à toa que é considerada o maior evento esportivo do planeta.

Impacto econômico Copa do Mundo 2022

A Copa nos proporcionou a maior clientela de bares e restaurantes do ano. De acordo com a CNC, a Confederação Nacional de Comércio de bens, serviço e Turismo arrecadou-se quase 1 bilhão de reais apenas no setor de bares e restaurantes. Em Goiânia, toda essa movimentação foi notória. Luiz Felipe, garçom do Restaurante e Bar Gurupi, local muito frequentado pelos estudantes da UFG, afirma: “Eu trabalho aqui [no Gurupi] há 7 meses e meio mais ou menos, e nunca vi esse restaurante tão lotado como na Copa. Cara, todo jogo do Brasil, eram 23 mesas, todas com 5 cadeiras cada, e estavam todas lotadas. Isso sem contar todo mundo que tava em pé lá”. refletindo o engajamento com a Copa.

“Ainda bem que estava todo mundo muito vidrado nos jogos e foi tranquilo de atender o pessoal mais o outro garçom. A gente até que fica meio cabreiro sem o 10% de comissão da comanda, mas sabe também que algumas comandas poderiam ficar sem ser pagas e tudo mais”, diz o rapaz.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Paulo Solmucci, declarou em entrevista ao Diário do Comércio, a respeito da expectativa do aumento de programas sociais durante essa nova gestão governamental do presidente Lula. E como espera-se o aumento do poder de consumo do Brasileiro para esse ano de 2023. “Já estamos adaptando os preços, ao mesmo tempo em que vamos buscar novas formas de buscar mais clientes. E vamos continuar nesse movimento, até porque acredito que o ano de 2023 vai começar muito bem”, afirma Solmucci.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *