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Cientistas estadunidenses conseguiram pela primeira vez na história um saldo positivo de energia em uma fusão nuclear, mas esse é só o primeiro passo de uma longa jornada.
Em dezembro do ano passado, cientistas do laboratório estadunidense National Lawrence Livermore conseguiram pela primeira vez realizar um processo de fusão nuclear que gerou mais energia do que a necessária para realizar o procedimento. Para compreender o quão importante é esse feito, é preciso compreender como ele foi realizado.
O que exatamente aconteceu?
Para aqueles que não estão familiarizados, o processo de fusão nuclear consiste em fundir dois átomos em um maior, é a fonte de energia das próprias estrelas. Esse processo já é tido como uma fonte de energia em potencial a muitos anos, mas nunca foi possível utilizarmos até o momento.
O que os cientistas do laboratório National Lawrence Livermore fizeram foi utilizar lasers para disparar 2,05 megajoules de energia em um cilindro pequeno que continha uma forma mais pesada de hidrogênio, assim o hidrogênio passou pelo processo de fusão e gerou uma pequena chama que durou menos de um segundo. Nesse tempo ela liberou cerca de 3,15 megajoules de energia, aproximadamente 50% a mais do que o disparado pelos lasers.
Desafios que devem ser superados
Mesmo sendo um grande e significativo feito, ele ainda vem acompanhado de certos desafios e problemas que devem ser abordados. A quantidade de energia gerada é muito baixa e ainda nem foi possível capta-la, além de que foram necessários enormes investimentos para que fosse possível realizar esse experimento. Porem, o professor de física do Instituto Federal de Goiás (IFG), Lucas Nonato de Oliveira, afirma que esse é um investimento para o futuro: “O objetivo é ampliar isso, fazer em uma escala industrial e comercial”. Ele ainda reafirma que muitos avanços devem ocorrer nos próximos anos, especialmente com a construção de novos laboratórios.
O significado desse experimento
“Essa é a primeira vez que isso é feito em um laboratório em qualquer lugar do mundo.[…] É um dos feitos científicos mais impressionantes do século 21.”
Jennifer Granholm, secretária de energia dos EUA, em um comunicado de imprensa na cidade de Washington.
Desde sempre o que se tinha na física era a regra de que a energia que se entra em um experimento é a que se sai, mesmo que em formas distintas, porem com o sucesso desse experimento, pela primeira vez na história foi provado de maneira prática que é possível obter uma espécie de saldo positivo energético. Para o professor Lucas, as suas complicações são naturais com qualquer descoberta cientifica: “Mesmo sendo pequena[a quantidade de energia gerada], essa é uma parte inicial do experimento, é assim que funciona a ciência”.