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Com o avanço da tecnologia no Brasil e no mundo, muitas pessoas afirmam que a radiofonia está fadada a desaparecer. A realidade, no entanto, é outra: as rádios com certeza não seguem sendo as mesmas de anos atrás, mas essa mudança é justamente o que as tornam mais fortes no mercado. As rádios de maior audiência não tiveram problemas em diversificar suas formas de transmissão, mas as de menor porte não compartilharam dessa sorte: afinal, é um investimento grande. Portanto, para auxiliá-las na ampliação de horizontes, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) criou, em 2015, o aplicativo integrador MobiAbert. Ele permite ao ouvinte conhecer rádios de todo o país por meio de uma busca rápida por cidade, estado, gênero, região e geolocalização, tudo isso em seus aparelhos celulares.
O site oficial da ABERT afirma que, na época do lançamento, menos de mil emissoras possuíam aplicativos exclusivos. Três anos depois, em 2018, já eram quase 5 mil. Assim, a possibilidade de acompanhar rádio de forma online já era oferecida por muitos mas, após a pandemia de Covid-19, se tornou imprescindível. De acordo com levantamento da Kantar IBOPE Media, 75% dos ouvintes de rádio mantiveram a frequência na pandemia, e 17% passaram a ouvir mais rádio. Além disso, a mesma pesquisa revelou que quase 80% dos ouvintes de rádio executam a prática de dentro de suas casas e 23% escutam os programas através de seus celulares.
Apesar da questão tecnológica ter migrado de “empecilho” para “fortificador”, há ainda o desequilíbrio na distribuição de ouvintes. Em pesquisa realizada no ano de 2021, o portal Rádios.com.br revelou a quantia média de visitantes nas 247 principais rádios do estado de Goiás. Lá, podemos ver a disparidade enorme já nas primeiras posições: a Rádio Bandeirantes, no primeiro lugar, possui uma diferença de 88.366 pessoas quando comparada ao terceiro lugar, ocupado pela Rádio Terra. Assim, não é muito difícil deduzir que grande parte dos consumidores da radiofonia em Goiás estão concentrados em um mesmo lugar.
Para lutar contra essa problemática e atrair cada vez mais ouvintes, são necessárias diferentes estratégias de entretenimento e, claro, compromissos e rotinas. A Rádio Aliança é uma rádio goiana criada pela Igreja Aliança, e ocupou o vigésimo lugar na lista da Rádios.com.br. Atualmente, a rádio possui seu próprio site, no qual os interessados podem encontrar não apenas a transmissão online ao vivo, como também informações sobre equipe, programação e a rádio em si.
O LabNotícias conseguiu contato com a Auxiliar Administrativa Rosária Faria, de 25 anos: ela é contribuinte da Rádio Aliança desde sua criação, e fala na entrevista sobre seu carinho pelo trabalho que exerce, além dos desafios existentes e as formas utilizadas para enfrentá-los.
LabNotícias: como surgiu o projeto da Rádio e como se deu seu envolvimento nele?
Rosária Faria: Em 2014, a Igreja Aliança viu necessidade de ampliar as pessoas alcançadas pelas mensagens religiosas. Afinal, nem todos tinham a disponibilidade para comparecer pessoalmente aos locais de culto. Foi então que tomaram a decisão de fundar uma rádio, focada inteiramente na transmissão de conteúdo cristão. Eu congreguei na Igreja Aliança durante anos e, quando adquiriram a rádio, meu sonho sempre foi fazer parte desse projeto!
LabNotícias: como é o alcance da Rádio atualmente, e há a existência de algum empecilho específico para que ela permaneça no ar?
Rosária Faria: Hoje em dia, a Rádio Aliança atinge aproximadamente 35 cidades circunvizinhas. Todos os programas possuem ouvintes assíduos e bastante participativos, mas os programas que tem menos participações são os que são gravados antes de ir ao ar. Nesses, a audiência é inquestionavelmente menor: os programas ao vivo são mais atrativos para os ouvintes: os destaques são a Orientação Espiritual e o Jornal Aliança, que vão ao ar de segunda a sexta. Em termos de problemas, a fidelização de parceiros, essencial a qualquer ramo empresarial, é com certeza nossa principal dificuldade.
LabNotícias: qual a estratégia que a Rádio Aliança utiliza para aumentar a competitividade no mercado, mantendo ouvintes antigos e atraindo novos?
Rosária Faria: Para sermos originais e termos diferencial em relação às outras rádios, nós trabalhamos muito com sorteios. Seja prêmios físicos, que atraem o ouvinte a vir pessoalmente buscar e conhecer nossa equipe, ou sorteios pelas nossas redes sociais, que incentivam a divulgação e levam a Rádio Aliança ao conhecimento de cada vez mais gente. Além disso, para aumentar ainda mais nosso alcance, planejamos vincular a Rádio Aliança à Aliança TV.