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Victor Santos

Foto em destaque: Imagem de jcomp no Freepik

A operação Penalidade Máxima, comandada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), chegou como um terremoto no futebol brasileiro. E não poderia ser diferente.

São 13 jogos e 16 pessoas (até aqui) sob investigação, em um dos maiores esquemas da história do futebol brasileiro, que envolve apostas esportivas. Olhando assim, é uma história que assusta, principalmente se levar em consideração que até mesmo jogos da Série A do Campeonato Brasileiro foram citados pelo MP-GO.

Apesar do susto e mobilização de times, entidades, torcedores e demais envolvidos no espetáculo chamado futebol, pouco se fala em ações para prevenir tais acontecimentos. Sim, as investigações conduzidas pelo MP-GO ainda estão em andamento (e pelo jeito, longe de acabar), mas ainda assim, não é cedo para começar a combater um mal recente.

Claro que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem ideia do mal que uma fraude esportiva pode causar. Tanto que o artigo 243 do Código Brasileiro De Justiça Desportiva (CBJD) é inteiramente dedicado ao caráter disciplinar contra atuações deliberadas para prejudicar a equipe defendida por um atleta.

Ou seja, o caráter punitivo em relação às ações investigadas atualmente está em dia. Mas é preciso mais. Bem mais.

Punir é algo usado para depois de uma infração. Mas é preciso estancar algo que fere diretamente a lisura do esporte, o que é o caso. Sendo assim, cabe não só à CBF, mas às entidades superiores, como a Conmebol, em nível continental, e à Fifa, em nível mundial, propor campanhas para conscientização sobre apostas esportivas.

Tais campanhas devem focar, sobretudo, nos jogadores. Não apenas conscientizá-los, mas informá-los de que se envolver em um escândalo como oferecer vantagens indevidas é algo que pode destruir uma carreira inteira.

Pensar em como isso seria feito não requer muito esforço. Palestras, trabalhos educativos desde o início da formação dos atletas e consultorias jurídicas são algumas das atitudes que poderiam ser tomadas para coibir crimes contra o que mantém o esporte de pé.

É hora de aprender a utilizar os erros como ferramenta de aprendizado. Não há como voltar atrás nos casos que o MP-GO investiga, mas é perfeitamente possível evitá-los num futuro próximo.

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