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Amanda Caetano
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A desvalorização da figura da mulher é algo muito antigo, desde quando a sociedade era dominada por homens, na qual a presença masculina era mais importante. O homem era o chefe da casa, o que comandava tudo e a mulher era submissa, tinha o papel de obedecer a ele, cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos. Essa desigualdade foi carregada por séculos, até hoje existem resquícios claros de uma sociedade que possui desigualdade de gênero.

A construção social também contribuiu com o racismo no Brasil. A 4º edição da pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil” mostra que as mulheres negras são mais violentadas e vítimas de feminicídio do que mulheres brancas. 45% das mulheres negras que participaram da pesquisa afirmaram que já sofreram violência, enquanto entre as brancas, o número é inferior a 36,9%.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil está em 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, que se caracterizam como duros assassinatos. Pode-se dizer que o Brasil é um país perigoso e violento para as mulheres que vivem nele. Na maioria dos casos, os feminicídios são cometidos pelos próprios companheiros ou ex- parceiros das vítimas.

O número de mulheres que são agredidas por homens aumenta cada dia mais. No Brasil, a cada hora, 26 mulheres sofrem agressão física, é o que apresenta o relatório do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública do ano de 2022. Existem várias formas de agressão, não é somente a física.

Algumas mulheres passam a vida sendo violentadas psicologicamente. Na maior parte, a violência é feita por pessoas que tinham o papel fundamental de cuidar, como pais, namorados, maridos, tios, avôs e irmãos. No ano de 2022, cerca de 18,6 milhões de mulheres foram vítimas de violência de acordo com a pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil.

Nas últimas semanas, as redes sociais ficaram movimentadas devido a um caso de violência contra mulher. Daniele Gonçalves, uma digital influencer, foi parar na UTI, em Londrina. A mulher sofreu uma agressão do ex-namorado, que utilizou um facão para atacá-la, acertando o braço e rosto da influenciadora. Ela quase perdeu o braço nesse ataque.

Atentados como esse acontecem toda semana no Brasil e o pior é o crime não ter punição. Os autores até são presos, mas na maioria das vezes rapidamente são soltos, logo não cumprem a pena pelo crime cometido. A impunidade é algo muito sério, deixando as mulheres com medo dos agressores, sempre pensando que eles podem voltar, e fazer até algo pior, pois o feminicídio também acontece muito no Brasil.

As mulheres precisam ter suas vidas defendidas, ainda mais em um período em que tantas estão sendo atacadas diariamente. Existem algumas leis que foram criadas para protegê-las, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, porém algo não está certo. As leis existem, mas não são cumpridas da forma como deveriam ser. Muitas mulheres fazem boletins de ocorrência após sofrerem agressões, mas um papel não é suficiente para salvar a vida ou proteger a integridade delas, é preciso de ação.

É muito triste ver o número de mulheres que são vítimas da violência e o pior: a cada ano que se passa aumenta mais. É difícil ser mulher, complicado não ter quem nos defenda quando se precisa. Se a Justiça continuar soltando os culpados daqui uns anos existirão poucas mulheres. A Justiça tem que ser firme, para que assim os autores de crimes contra mulheres possam ficar presos, saindo somente quando cumprirem toda a pena. Isso vai diminuir os casos de feminicídios e violência contra mulheres, porque os homens vão ver que se cometerem um crime, vão pagar por aquilo em vez de ficarem impunes, soltos nas ruas, que é o que está acontecendo ultimamente.

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