- Violência contra jornalistas: pesquisas revelam a influência da política nesse cenário - 11 de agosto de 2023
- Vila Cultural Cora Coralina inaugura a exposição do artista Leo Pincel - 10 de agosto de 2023
- Expansão da agropecuária ameaça a Mata Atlântica - 7 de julho de 2023
A grife Meninos Rei, comandada por Céu e Junior Rocha, desfilou, nesta quinta-feira (25), na 55ª edição do São Paulo Fashion Week 2023.
O desfile aconteceu no Komplexo Tempo e abordou temas como ancestralidade, representatividade e uma moda autoral coloridíssima.
Depois de trazerem Jojo Todynho e Deborah Secco para a passarela na última temporada, dessa vez, os estilistas elegeram um novo elenco.
Marvvila, Manoel Soares, Samuel de Assis, Maju de Araújo e Astrid Fontenelle foram alguns nomes que compuseram a lista. Além disso, também desfilou o filho de Astrid, Gabriel Fontenelle, e Larissa Luz, que abriu o desfile com uma versão acapella da música “A Carne”, de Elza Soares.
“A música é um complemento, não é necessariamente algo à parte, ela integra toda narrativa e enredo do desfile em si”, observa o estudante de jornalismo da Universidade Federal de Goiás, Adan Neto.
A marca é uma das mais importantes da Bahia e teve origem no Subúrbio Ferroviário de Salvador – região periférica da cidade. Ela é queridinha de famosas como Ivete Sangalo e Taís Araújo. Ademais, a grife é reconhecida por representar as questões sociais e a moda brasileira, que é mais politizada.
“É uma moda afetiva, afro, que remete às culturas e religiões tradicionais africanas. Logo, os desfiles deles e as coleções são pensadas mais em um viés político do que no próprio estético da moda. É uma característica que crescente no São Paulo Fashion Week, de trazer a inclusão de marcas de regiões do Nordeste. Eles também visam a inclusão de diferentes tipos de corpos e de idade”, complementa o estudante de jornalismo.
Inspiração da nova coleção para o desfile
Meninos Rei resgatou nas peças apresentadas no desfile o afrofuturismo. Nesse sentido, a marca também recuperou a contribuição do negro na história do mundo reivindicando seu lugar na contemporaneidade.
“A questão da geometricidade remete as estampas africanas e as vestimentas tradicionais dos povos da África. O colorido que traz essa energia, essa alegria do povo”, afirma Adan Neto.
A passarela contou com tecidos leves e confortáveis, além da versatilidade de peças, como blusas, saias, vestidos e calças. Além disso, também esteve presente composições e mix de estampas inusitadas.
O animal print de onça criou contraste com as cores vivas das estampas étnicas, visto que se misturaram aos grafismos e geometrias em preto e branco. A nova estampa é um projeto desenvolvido pelo ilustrador baiano Leonardo Barbosa.
“O tempo voa, transpassa gerações. Hoje, a impressão é 3D, a meta é o verso e a inteligência é artificial. O realidade é aumentada e o pop é ancestral”, explica Céu Rocha.
“Em ‘Pop Ancestral’, volumetria e recortes assimétricos conferem sensualidade à alfaiataria que está numa linguagem moderna e que transita pelo street style tão presente na marca. O ponto forte são as modelagens distantes ao corpo. Isso proporciona possibilidades para diferentes corpos e gêneros, conferindo assim looks confortáveis, estilo e muita personalidade”, revela Junior Rocha.
Confira uma parte do desfile: