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Como os países utilizam suas taxas de juros para controlar a inflação e organizar a economia
O banco central americano, Federal Reserve (FED), interrompeu na última quarta-feira o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. A taxa se mantém na casa dos 5% a 5,25% após uma série de dez altas consecutivas. O índice é o maior desde o ano de 2007. No Brasil, a taxa é mantida a 13,75% pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o COPOM, desde sua reunião no último dia 3 de maio.
Entenda o porque dos juros na economia
Os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juros como uma medida para conter a inflação em seus países. Quando a economia de um país está aquecida e há um aumento na demanda agregada, os preços tendem a subir, o que resulta na inflação. Aumentar as taxas de juros é uma forma de reduzir a demanda por empréstimos e gastos, tornando-os mais caros para os consumidores e as empresas. Essa ação visa desacelerar o crescimento econômico e reduzir a pressão inflacionária.
Ao reduzir a demanda por empréstimos e desacelerar o crescimento econômico, espera-se que a inflação diminua ou se estabilize. O aumento das taxas de juros também pode atrair capital estrangeiro, fortalecendo a moeda local e ajudando a controlar a inflação importada.
Consequências negativas
O aumento da dívida e a inadimplência são as consequências mais sentidas pelos pequenos consumidores. No Brasil, segundo levantamento do Serasa divulgado no último mês de abril, o número de inadimplentes chega à faixa de 71,4 milhões de pessoas. A desaceleração de investimentos e do crescimento econômico também podem ser sentidas, mas há outros parâmetros, tais como a política econômica governamental, que influenciam em tais aspectos macro.
O movimento da economia
Lucas Soares, 21, estudante de ciências econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, diz que é importante discernir a análise do patamar dos juros nos dois países. “Nos Estados Unidos, com a taxa de 5,25%, precisamos analisar também a inflação prospectada. Ela está em 4.9% no mês de Abril. Assim, subtraindo,a taxa dos juros pela inflação, os juros reais são baixíssimos. No Brasil, nossos juros reais, de acordo com os dados da inflação do IPEA, são de 7,72% ao ano”. Nesse cenário, explica Lucas, os investimentos no Brasil acabam sendo adiados e o capital é colocado em movimentos especulativos no mercado financeiro.
Dessa forma, no caso do Brasil, há o sufocamento da economia pela alta taxa de juros, o que aumenta o retardamento do consumo em geral e deixa a economia em estado estacionário. Nos Estados Unidos, com uma economia ainda de grande inserção internacional, não se sente o impacto da alta taxa de juros como se sente no Brasil. A principal diferenciação dos países é, então, a segurança e a confiança na atuação de seus bancos centrais e de como eles enfrentam os choques econômicos internamente.
Esta notícia utilizou do auxílio de Inteligência Artificiais como o Chat-GPT e Dall-E para geração de tópicos temáticos e perguntas para entrevistado, além da produção da imagem que abre esta matéria.