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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece que o ensino da arte deve ser interdisciplinar e abranger diferentes linguagens artísticas, como artes visuais, música, teatro e dança. O ensino da arte busca desenvolver a sensibilidade, a criatividade e a expressão dos estudantes, assim também promovendo a formação cultural e artística dos educandos. Deste modo, a Secretaria Estadual de Educação de Goiás oferece oficinas de arte e eventos culturais para promover o ensino da arte nas escolas públicas do estado.
É indispensável o ensino e incentivo às artes nas escolas de ensino básico, em especial nas instituições da rede pública de educação, na qual tais projetos desempenham um papel social de suma importância na vida e no desenvolvimento acadêmico de crianças e adolescentes. Além das políticas públicas estatais que tornam mais efetivas as práticas artísticas dos alunos nas escolas, é necessário destacar os projetos desenvolvidos por professores nas instituições de ensino, profissionais que levam a Arte para a sala de aula com o intuito de que os alunos desenvolvam importantes habilidades.
Importância
Luiz Augusto Lacerda, formado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás, com especialidade em psicopedagogia, executa projetos de Artes na instituição pública de ensino na qual atua como professor em Aparecida de Goiânia. Segundo ele, o papel da arte nas escolas é fornecer uma formação estética para os estudantes. Outros fatores citados incluem a chamada “visão triangular”, da pensadora da arte Ana Mae Barbosa, que foi a primeira a levantar a importância da arte como um fator primordial para o desenvolvimento de uma cognição.
O professor afirma que desde os primórdios da educação nota-se que o ensino e incentivo à arte auxilia nos processos de inteligência e de cognição, o que, segundo ele, é um aspecto importantíssimo. Já no ponto de vista social, ele diz que a arte tem sua importância como um meio de expressão, para dar voz a pessoas que talvez não são ouvidas na sociedade.
Um exemplo, citado por Luiz Augusto, são as manifestações artísticas das ruas e da periferia, como o grafite, tema na qual também é discutido por ele na escola Cecília Meirelles em que leciona, destacando como “extraordinária” a importância social desta expressão artística para os jovens e adolescentes presentes nessas comunidades.
FAEGO
O Festival Arte Educativo de Goiás (FAEGO) trata-se de uma formação artística cultural voltada à promoção de projetos do programa Arte Educação Goiás Ciranda da Arte, projetos estes desenvolvidos nas instituições de ensino da rede estadual por estudantes e professores. Este ano, o evento contou com a presença de mais de 500 estudantes da rede pública do estado para o festival de ensino coletivo de violão realizado no Teatro Goiânia no dia 13 de novembro.
No festival, os professores junto às suas unidades escolares, apresentam os resultados de suas propostas arte-educativas desenvolvidas no decorrer do ano letivo com os estudantes. Nesta edição, o festival contou com a apresentação de 31 projetos, de 29 unidades escolares, sendo 30 projetos de Ensino Coletivo de Violão e 1 projeto de Cordas (Violino, Violoncelo e Baixo).
A estudante Ana Luiza Freitas, se apresentou no evento e, em entrevista, contou que seu primeiro contato com a arte foi através da banda sinfônica de sua escola, a chamada Banda Marcial Oscar Alvelos, coordenada e regida por professores da instituição onde estuda.
A aluna de ensino médio e trombonista afirma que integrar a banda a fez ter mais disciplina e desenvolver uma maior responsabilidade, desde o cuidado com os instrumentos, até a pontualidade e participação nos ensaios. Além disso, fazer parte da banda a fez ver essa prática artística com outros olhos, muito além de um simples hobbie, mas como uma possível carreira profissional.
A música é uma terapia pra mim, quando começo a tocar me sinto leve, além de Esvaziar minha mente dos problemas ao meu redor. afirma a estudante
Conscientização
Rosanea Cláudia de Melo, coordenadora pedagógica da escola municipal Eurípedes Menezes, afirma que as atividades artísticas e culturais fazem com que as crianças que estudam na instituição interajam entre si, o que colabora no processo de convivência entre elas, mas além disso, esses projetos auxiliam no bem estar dessas crianças, estando a maioria delas em estado de vulnerabilidade social.
Um projeto em destaque este ano na instituição foi o “Maria da Penha nas Escolas”, em que os alunos juntamente aos professores apresentaram por meio da arte a importância dessa lei, através de apresentações musicais, poemas e danças, como uma forma de conscientizar sobre a necessidade de denunciar qualquer tipo de violência doméstica. A coordenadora pedagógica conta que após a realização do projeto houve diversas denúncias de alunos da instituição que presenciaram ataques de violência em seus lares ou que alguém próximo a eles sofria.
Com isso, a arte se tornou um principal meio de conscientização na instituição Elripedes Menezes, seja como um meio para denúncias de bullying sofridas na própria escola ou trabalho infantil, por exemplo. Rosanea fala que, além disso, a instituição é aberta aos sábados para a comunidade e principalmente para os alunos da instituição de ensino, seja para utilização da biblioteca da escola e para prática de capoeira, evitando que essas crianças fiquem nas ruas ou sozinhas em casa enquanto os pais trabalham.
Para aprimorar esse momento de recreação, aos sábados, a escola também fornece alimentação às crianças das 8h ao meio dia. Rosanea diz que esses projetos têm sido elogiados pelos pais dos estudantes, tornando-os mais efetivos na escola com o apoio da comunidade. Ela enfatiza a importância da fomentação desses projetos e o quanto são necessários na vida acadêmica e cotidiana dos alunos