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Após quase uma década de promessas não cumpridas e diversos contratempos, a Prefeitura de Goiânia, sob a gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), afirma que finalmente entregará o BRT Norte-Sul em operação nos próximos meses. O projeto, iniciado em 2015 com previsão de entrega para 2020, sofreu atrasos significativos devido a problemas no planejamento, questões ambientais, interferências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a pandemia de COVID-19. No entanto, muitos cidadãos questionam a competência e as prioridades da administração.
“Encaramos os impasses, resolvemos inconsistências do projeto original e estamos trabalhando para a conclusão dessa grande obra desde o início de nossa gestão. Esta administração ficará marcada na história como aquela que entregou o BRT em execução, transformando a realidade de Goiânia para melhor”, afirmou o prefeito Rogério Cruz em coletiva de imprensa.
Entretanto, para muitos moradores, essa promessa soa mais como um esforço desesperado de marketing político do que um compromisso real com o desenvolvimento da cidade.
O secretário de Infraestrutura Urbana, Denes Pereira, justificou os atrasos com uma lista de problemas. “Esta obra, de concepção em 2015, já era para ter sido entregue há 3, 4 anos. Mas infelizmente havia vários problemas no projeto. Tivemos problemas também na área ambiental, e no próprio Iphan, porque essa obra passa onde há tombamento, e isso a atrasou em muitas situações. Além da pandemia, quando faltaram insumos e mão de obra”, explicou. Contudo, essas explicações não apagam a sensação de incompetência e má gestão que permeia todo o processo.
As obras do BRT Norte-Sul foram paralisadas em 2017 após uma fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) detectar irregularidades no processo de licitação para o trecho que liga os terminais Isidória e Cruzeiro. “O projeto e a execução são de 2013 e a licitação só ocorreu em 2014”, destacou Denes Pereira. A obra retomou seu curso em 2018 com um novo cronograma, mas o não cumprimento dos prazos levou à rescisão do contrato e a um novo processo licitatório, refletindo uma gestão falha e desorganizada.
Desde que assumiu a gestão em 2022, o prefeito Rogério Cruz tem dado andamento à obra, mas muitos veem isso como um movimento estratégico para ganhar apoio político em vez de um compromisso genuíno com o bem-estar dos cidadãos. Com as obras chegando ao Centro de Goiânia, a Praça Cívica tem enfrentado alterações no trânsito e na paisagem desde julho de 2021, agravando ainda mais os problemas diários dos moradores.
A confeiteira Maria Antonia expressa sua frustração com os atrasos e o impacto no trânsito. “Não tem como a gente andar, o trânsito demora. Algo que levaria 10 minutos leva meia hora. Quando chove aqui fica horrível, demora quase 1 hora pra chegar em nossos compromissos e com o projeto finalizado adiantaria bastante. Eles [a prefeitura] falam que vão fazer, o projeto tem quase 10 anos, nunca sai. Agora que vai sair, pegam uma obra que é pra acontecer, fazem no final do mandato, e aí todo mundo fica ‘nossa como ele é bom, vamos votar nele de novo’. Não, ele deveria ter finalizado as obras antes do período de eleição.”
Por outro lado, Caio Rocha, vigilante da plataforma, vê o projeto de outra forma. “Para a sociedade esse gasto é bem desnecessário, poderia adiantar o serviço.” Sua opinião reflete a frustração de muitos que veem o projeto como uma despesa exorbitante e mal gerida.
A Prefeitura acredita que as obras devem ser concluídas até julho de 2024, dependendo do consórcio que irá operar o sistema. No entanto, a história de atrasos e problemas de gestão levanta dúvidas sobre a capacidade da administração atual de cumprir essa promessa. O BRT Norte-Sul é esperado para beneficiar mais de 150 mil cidadãos mensalmente, proporcionando agilidade e maior fluidez no trânsito da capital goiana, mas só o tempo dirá se essa promessa será finalmente cumprida ou se continuará sendo mais um capítulo na longa saga de promessas não realizadas da administração municipal.