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A educação superior em Goiás tem avançado significativamente, mesmo que tenha chegado tardiamente em relação a outras regiões do país. Até a década de 1930 o ensino superior em Goiás restringia-se à Faculdade de Direito.

A construção de Goiânia e a transferência da capital no final da década de 1930 impulsionaram a expansão da educação superior mediante a organização e estruturação das escolas superiores existentes: Escola de Direito de Goyaz, Escola de Pharmácia e Escola de Odontologia. 

Em meio a tantas discussões e confrontos, a década de 1950 foi um período crucial para a educação superior em Goiás. A criação da UCG e da UFG representou um marco na história do ensino no estado, proporcionando oportunidades de formação acadêmica para milhares de estudantes. A luta entre os defensores do ensino público e privado deixou um legado de progresso e desenvolvimento para a educação goiana, mostrando que a busca por uma educação de qualidade é um objetivo que deve ser constantemente perseguido. 

A alternativa encontrada por alguns municípios goianos foi a de criação das suas próprias fundações de ensino superior. Essas entidades jurídicas, na maioria destes municípios, tinham por finalidade estabelecer mecanismos de facilitação à implantação do referido nível de ensino por intermédio da parceria com segmentos educacionais privados do Estado. 

No entanto essas alternativas ainda não são o suficiente para atender grande parte dos jovens que optam por cursar um ensino superior, como é o caso da estudante de Renata Ferraz que mora em Inhumas e precisa vir para Goiânia. 

Eu pago R$ 550,00 de mensalidade de ônibus, então eu tento pagar todos os dias 15 ou até dia 20, R$ 550,00, mais a faculdade que eu pago R$ 440,00, então dá quase R$ 1000,00. Dentro disso também tem a alimentação, porque nem sempre eu consigo trazer alimento de casa, então eu sempre tenho que comer na feira. Quando eu consigo trazer, ainda consigo dividir com a minha amiga. E quando não consigo, a gente precisa comer, porque eu chego em casa por volta das 23h30 às 23h40 

A estudante Lauane Camargo relata a dificuldade que é morar em uma cidade e ter que estudar em outra.

no meu caso, trabalho com a área financeira, então, ter que trabalhar o dia todo com parte financeira, ainda ter cabeça para poder fazer trabalho, fazer seminário, apresentação, é muito complicado. Então, tendo uma faculdade na cidade, ajudaria muito essa questão de descanso e também na questão de tempo. Eu falo que o investimento, ele vem de acordo com as prioridades. Lá na cidade, até tem faculdade, mas são só EAD, não tem modalidades presenciais e também a maioria das áreas que eles costumam dar de aula é somente em básicos, administração, não tem uma área abrangente para poder escolher especificada, no meu caso, que é jornalismo. 

O cientista político Josimar explica o que leva os jovens do interior virem para a capital em busca de educação.

Quando determinada pessoa alcança a fase de ensino superior, é procurada uma cidade polo que tem curso superior que aquela pessoa tem interesse, ou até mesmo se a família tem condições de manter esse adolescente em uma escola de melhor qualidade, essa pessoa vem para a capital estudar. Então, quando se fala em distribuição de recursos, normalmente se fala da educação básica, ou seja, a primeira infância, a primeira fase da educação escolar, até a quinta série, conhecido como quinto ano. Por quê? Porque esses recursos são recursos obrigatórios, que saem da União e vêm para o município. Então, é obrigação das prefeituras manter a educação básica. Quando se fala em educação de nível médio, é o governo do Estado. Então, obviamente, todos os municípios goianos, também todos os municípios do país, têm escolas públicas e estaduais, mas nem sempre as escolas elas conseguem ter. Uma infraestrutura adequada. 

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