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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a situação da mpox é mais uma vez Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

A nova variante da mpox de rápida propagação, vem acometendo o continente africano, em especial na República Democrática do Congo (RDC), que já registrou somente este ano quase 14 mil casos, incluindo 450 mortes segundo o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, o Africa CDC.

O diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus em coletiva de imprensa em Genebra destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, o risco para o Brasil é baixo. Atualmente, há duas vacinas recomendadas pela OMS contra a doença, apesar de nenhuma estar sendo usada de forma ampla no país.

Para contextualizar:

Em 2022, o surto de mpox foi declarado uma PHEIC (Public Health Emergency of International Concern), “Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional” em português, por se espalhar rapidamente por meio de contato sexual em países que não haviam casos do vírus anteriormente. Em 2023, essa PHEIC foi declarada encerrada. 

A rápida disseminação da nova cepa de vírus na RDC, clado 1b, em países vizinhos foi uma das principais razões para a declaração da ESPII.

Apesar de ser alarmante, vários surtos de diferentes subtipos de mpox ocorreram em diferentes países ao longo dos anos, com diferentes modos de transmissão e diferentes níveis de risco.

Situação no Brasil:

Desde o começo do ano, o brasil registrou 1024 casos confirmados, prováveis e suspeitos de mpox. A região com mais casos reportados é o sudeste, com 81,6% (681) casos no país.

De acordo com o Ministério da Saúde, as cidades com maior quantidade de casos confirmados ou prováveis foram:

  • São Paulo: 343 casos
  • Rio de Janeiro: 160 casos
  • Belo Horizonte: 43 casos
  • Salvador: 28 casos
  • Brasília: 20 casos

O boletim mais recente do Ministério da Saúde, divulgado em 27 de agosto deste ano, informa que nenhuma morte por mpox foi registrada este ano no Brasil.

Gráfico por: Pan American Health Organization (PAHO) – casos de mpox

Casos Confirmados de mpox na América do Sul entre abril de 2022 e agosto de 2024:

Gráfico por: Pan American Health Organization (PAHO) – casos de mpox

🔎O que você precisa saber sobre a MPOX:

  • Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é um zoonose causado pelo vírus mpox (MPXV), do gênero Orthopoxvirus.  
  • Foi descoberta pela primeira vez em 1958.  
  • Há duas cepas de geneticamente distintas do vírus causador da mpox: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental.  
  • A contaminação pode ocorrer através de pessoas infectadas; materiais contaminados; animais silvestres infectados. 

🤒Sintomas:

  • Erupções cutâneas ou lesões na pele; 
  • Linfonodos inchados (ínguas); 
  • Febre; 
  • Dor de cabeça; 
  • Dores no corpo; 
  • Calafrio; 
  • Fraqueza; 

🏥Diagnóstico:

  • O diagnóstico é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequêncial genético.

💉Vacinação:

A estratégia da vacinação é priorizar pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença e é feita da seguinte forma:

Vacinação pré-exposição:  

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade. 

Vacinação pós-exposição:  

  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.

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