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Em 10 de setembro de 1994, no Colorado, Estados Unidos, o jovem Mike, de 17 anos, tirou a própria vida com uma arma de fogo. Dentro de seu Mustang 68 amarelo, totalmente restaurado por ele mesmo, Mike deixou um bilhete para seus familiares: “Não se culpem, eu amo vocês”. Em sua despedida, a família decidiu distribuir fitas amarelas para alertar sobre a dor provocada pela perda de uma vida. Na fita estava escrito: “Se você precisar, peça ajuda”.
Após essa ação ultrapassar fronteiras e ganhar o mundo, a Organização Mundial da Saúde escolheu a cor amarela e elegeu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, um alerta para o sofrimento causado pelas doenças psicológicas e um momento para reflexão e apoio às pessoas que precisam de ajuda para preservar a vida.
Sinais de alerta
O suicídio pode estar relacionado etiologicamente com uma gama de fatores, que vão desde os de natureza sociológica, ambiental, econômica, política, cultural, incluindo os psicológicos, transtornos mentais, genéticos e biológicos. Outros como desigualdades sociais: crises econômicas; pobreza; desemprego; violências, sobretudo as de gênero; dentre outros elementos que desencadeiam pensamento e comportamentos suicidas.
Para o coordenador-geral de saúde mental do Ministério da Saúde (Cgmad/Dapes/Saps/Ms) Rafael Bernadon, um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não avisa, não fala sobre isso. “Sabemos que isso não é verdade e que devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicídio. Podemos fazer a diferença na vida dessas pessoas se estivermos atentos e prestarmos ajuda”, apontou. Claramente, o comentário do médico está correto. Às vezes, a pessoa apresenta sinais, e não observamos o quanto ela necessita de ajuda.
Mas antes de vim o pensamento de suicídio vêm outros fatores: depressão e ansiedade, que acabam desencadeando diversos sentimentos. Andamos muitos acelerados ultimamente: trabalho, faculdade, vida particular, carência e solidão.
Abordar esse assunto nos dias de hoje envolve enfrentar diversos preconceitos e estigmas, pois muitos ainda veem neles sinais de fraqueza ou falta de vontade. Às vezes, vivemos com máscaras e evitamos expressar nossos sentimentos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No entanto, as estatísticas não refletem o impacto profundo que essas perdas causam na vida de familiares, amigos e da sociedade como um todo. O sofrimento psicológico, em muitos benefícios, não recebe a atenção devida, seja por falta de compreensão, seja pela ausência de políticas públicas.
Expressão de ideias ou de intenções suicidas, fiquem atentos para os comentários, como “Vou desaparecer”; “Vou deixar vocês em paz”; “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”; “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”. Pode parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados e se isolam ainda mais.
A partir desses sinais, devemos olhar para a pessoa com o carinho que ela merece, algo que falta em nossa sociedade atual. Ultimamente, muitas vezes olhamos apenas para nosso próprio umbigo e deixamos de perceber o que está ao nosso redor.
Como podemos ajudar
Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.
Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajudem, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.
Esteja disposto a ouvir verdadeiramente essas pessoas que apresentam esses fatores. Se você conhece alguém que precise de ajuda ou e você mesmo ligue 188 CVV.