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As taxas de analfabetismo em Goiás, caíram de 5,9% para 4% entre 2016 e 2023, uma diminuição relativa de 32,2%. Segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da surpreendente queda, o analfabetismo adulto ainda atinge mais de 8,3 milhões de pessoas acima de 40 anos sendo dados, também da Pnad.
Porque isso é importante?
Para parte da população que teve acesso à educação básica, a gravidade do analfabetismo pode não ser totalmente evidente.
No entanto, analfabetos e analfabetos funcionais – aqueles que conseguem reconhecer letras, mas não compreendem o conteúdo dos textos – enfrentam sérias dificuldades no dia a dia, comprometendo sua dignidade e qualidade de vida.
Terezinha de Jesus, de 75 anos, dona de casa e casada muito jovem conta que não conseguiu estudar, por viver no interior e ter tido que começar uma família cedo.
Casei com 14 anos, hoje dia meu marido já é falecido, mas nunca aprendi a ler e só escrevo meu nome.
.Com a idade já avançada, ela afirma que não tem mais interesse para se alfabetizar.
Tenho 4 filhos, e muitos netos e bisnetos, já passei disso. Mas sempre foi muito difícil, não dá saber nada, nunca li um jornal, aqui é só na TV e no radio. Não sei ver a conta de luz, nem ler as receitas dos meus remédios.
Alternativas e Soluções
Porém, diversos programas de incentivos tanto privados como públicos tentam frear as taxas de analfabetismo no país.
- O Programa Alfabetização e Família do estado de Goiás que visa aumentar a escolarização de jovens, adultos e idosos em Goiás. Coordenado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em parceria com o Gabinete de Políticas Sociais (GPS).
- O Programa Brasil Alfabetizado (PBA), criado em 2003, tem como objetivo alfabetizar jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade apropriada.
- O Programa Nacional de Inclusão de Jovens, instituído em 2005, tem como objetivo aumentar a escolaridade de jovens entre 18 e 29 anos que sabem ler e escrever, mas não concluíram o ensino fundamental.
Essas iniciativas mudam vidas. Como a vida da Delivalda de Jesus Barbosa, de 43 anos, baiana mas reside em Goiânia desde 2005, estudou até a quinta série enquanto morava na zona rural de Canápolis (BA), ajudando os pais na roça.
Aos 12 anos, com a autorização dos pais, parou de estudar para trabalhar como babá em Brasília (DF). Ela só conseguiu retomar os estudos em 2024, enquanto trabalhava como servente de obras na MRV.
A construtora tem um projeto em parceria com o Alicerce Educação, Escola Nota 10, que leva às salas de aulas para o canteiro de obras e disponibiliza ensino básico aos funcionários.
“Eu decidi participar do projeto Escola Nota 10 para terminar o meu Ensino Fundamental e meu Ensino Médio. Com as aulas, logo pretendo fazer o Encceja e ter meu certificado. Essa oportunidade para mim é muito gratificante”.