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Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em agosto de 2024, houve um aumento de 146% de focos de incêndio em propriedades rurais, em relação ao mesmo período no ano anterior.
Um fator que contribui com esse aumento, é o desmatamento, relatório emitido pelo MAPBIOMAS ALERTA, revela que o Brasil perdeu nos últimos 5 anos, cerca de 8 milhões de hectares, o equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro, de vegetação nativa.
- Cerca de 97% desse desmatamento, foi causado por pressão agropecuária.
Diante da crise ambiental, que prejudica, também, as atividades econômicas das propriedades rurais, é cada vez mais necessária a adoção de sistemas de produção mais sustentáveis.
O sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), tem várias versões, e pode ser utilizado em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, e é o principal sistema de produção sustentável.
Ele visa o aproveitamento máximo da terra, tendo como produto: grãos, carne, leite e produtos madeireiros ou não madeireiros, com menor impacto negativo no meio ambiente.
Com ele é possível fazer a recuperação de solos degradados, a recuperação e limpeza de fontes de água, a menor emissão de gás carbono, e remover a necessidade do uso de queimadas nas propriedades rurais.
Queimadas na agropecuária
Existem vários motivos pelos quais proprietários de terra, sejam eles pecuaristas, agricultores, ou silvicultores (quem faz o cultivo de florestas), utilizem de queimadas:
- Renovação das pastagens
- Limpeza e preparo para o plantio (agricultura corta-e-queima)
- Desmatamento
- Disputa por terra
E esses são apenas alguns dos motivos. Na maioria das vezes, a queimada é usada como forma de renovar a terra e os nutrientes, além de expandir a propriedade, em ações controladas.
Porém, segundo o artigo, Uso do Fogo na Agricultura: Legislação, Impactos Ambientais, e realidade na Amazônia; e o artigo, Os Solos e as Queimadas Agrícolas, publicado na revista SD Rural, da UDESC; a prática causa mais malefícios, do que benefícios:
- Mesmo com autorização e controladas, seu benefício inicial como renovação de nutrientes, com o uso prolongado tem efeito contrário, matando o alimento das plantas.
- Diminuem a umidade do solo, causando compactação.
- Em outros casos podem tornar o solo mais suscetível a erosão.
- Alta liberação de dióxido de carbono, principal causador do aquecimento global.
- As cinzas poluem nascentes, rios e lençóis subterrâneos.
É comum perder o controle, por falta de supervisão especializada, planejamento e legalidade, e se tornar um incêndio florestal, matando a flora e fauna local, facilitando a propagação de pragas, e causando sérios riscos à própria propriedade rural.
Utilização e vantagens do sistema ILPF
O plantio é o primeiro passo para a integralização. Ao se fazer o cultivo no lugar da pastagem já degrada, o produtor consegue renovar os nutrientes do solo, pois as plantas são mais ricas que o pasto, e depois da colheita, além dos grãos, fica a palhaça que vai servir de adubo para o pasto, e ajuda a combater a compactação do solo causada pelo pastoreio dos animais.
Depois da colheita, o pasto fica mais verde, mais forte, e a rotação é bem mais barata do que a renovação do pasto tradicional. O rebanho consegue se alimentar melhor, produzindo mais leite, e carne. O esterco produzido por elas no pasto, serve de adubo para o próximo plantio e o produtor economiza em fertilizantes.
O artigo, Agricultura sustentável por meio da integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF), traz dados de vários estudos, que comprovam que a prática, também, aumenta a produção dos grãos em cerca de 17%, em 2 anos de uso. O sistema que utiliza da rotação de pasto e lavoura se chama: Agropastoril (Integração Lavoura-Pecuária, ILP).
Já a integração da floresta no sistema pecuarista, chamada de silvipastoril (Integração Pecuária-Floresta, IPF), possibilita a recuperação total de nascentes e fontes de água, fornece sombra e locais de descanso para o gado, que com o aumento em seu bem-estar, ganha mais peso e produz mais leite, aumentando em até 20% sua produção.
A floresta também faz o controle do gás metano, expelido pelo rebanho; a captura do gás carbono, trocando por oxigênio, estando dentro dos planos de diminuição da emissão de CO2; e além da madeira, permite a venda de créditos de carbono.
O produtor também pode utilizar de vegetação nativa, ou árvores frutíferas, mas o custo da colheita dos frutos é maior.
O uso integrado dos três sistemas é o que chamamos de ILPF, que fecha o ciclo de aproveitamento máximo.
As vantagens ambientais são:
- Redução da emissão de gases de efeito estufa
- Redução da pressão sobre o desmatamento
- Melhoria das condições microclimáticas
- Redução de pragas e doenças
- Redução da erosão