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Um recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) destaca a crescente ameaça do aquecimento global . O Relatório sobre Lacuna de Emissões 2024, que foi divulgado na última quinta-feira (24). O alerta que, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no ritmo que está, o aumento da temperatura do planeta poderá variar entre 3,1°C e 3,6°C até o final do século.
O relatório destaca que, para ter uma chance de reverter os danos provocados pelo aquecimento global, os países precisam reduzir suas emissões em 42% até 2030 e em 57% até 2035. Caso contrário, as previsões apontam uma probabilidade de 66% de que o aquecimento global alcance 3,1°C, com 10% de chance de ultrapassar 3,6°C.
Algumas metas estabelecidas no Acordo de Paris, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), estão longe de ser cumpridas. Mesmo que os países sigam rigorosamente suas metas, a projeção indica um aumento de 2,6°C até 2030.
O que diz o especialista
Marcos Woortmann, especialista em questões ambientais, cientista político e diretor do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), enfatiza a vulnerabilidade do estilo de vida contemporâneo. “O modo de vida industrial e sedentário, baseado em cadeias produtivas que atravessam o globo, é profundamente vulnerável às mudanças climáticas”, observa.
Dessa forma ele destaca que, embora a meta de limitar o aquecimento a 1,5°C seja considerada irrealista, limitar o aumento a 2°C ainda é possível, mas isso exige um compromisso significativo. Woortmann alerta que a responsabilidade não deve recair apenas sobre governos, mas também sobre empresas e indivíduos. “Não adianta um país cumprir suas metas se suas empresas geram emissões em outros lugares”, afirma.
O especialista faz menção às crises enfrentadas pelo Brasil, ele também atribui esse aquecimento e catástrofes enfrentadas no país e no mundo, ao uso desenfreado do petróleo. “Nesse sentido não é viável e não é racional que se amplie a produção de petróleo no mundo como querem fazer no Brasil. A única decisão racional é a redução dessa produção, sobretudo vinculada ao consumo de energia, no transporte, a eletrificação das frotas, a eletrificação do transporte marítimo, entre outras diversas categorias, a substituição por combustíveis mais eficientes climaticamente.” O que não deixa de fora as questões enfrentadas pelo Brasil.
Crises climáticas no Brasil
No Brasil, as consequências do aquecimento global já estão sendo sentidas. Nos últimos anos, o país enfrentou uma série de crises climáticas, incluindo secas severas e chuvas torrenciais, resultando em deslizamentos de terra e inundações. O fenômeno do El Niño, cada vez mais intenso devido ao aquecimento global, amplificou esses eventos climáticos extremos. Em 2023, por exemplo, o Sudeste brasileiro enfrentou uma seca histórica que afetou a produção agrícola e a disponibilidade de água.
Essas mudanças climáticas, principalmente as crises enfrentadas pelo Brasil estão cada dia mais frequentes . As florestas amazônicas, são essenciais para a regulação do clima, e estão sendo desmatadas cada vez mais, o que tem contribuído ainda mais para o aumento das emissões de carbono. Além disso, as comunidades que estão em situação de vulnerabilidade, sofrem bem mais os impactos das mudanças climáticas, como por exemplo a perda de colheitas e a escassez de água.
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