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Camila Domingos da Silva

Divertida Mente 2 foi a aguardada continuação de uma animação da Pixar, se tornando o maior recorde de vendas até o momento no Brasil, com cinco semanas, alcançando um público de mais de 20 milhões de ingressos, sendo que a primeira foi lançada em 2015. 

Na nova sequência, Riley, a personagem principal, com 13 anos, enfrenta os desafios da adolescência introduzindo novas emoções, a ansiedade, inveja, vergonha e o tédio, que se juntam com as emoções que a personagem já tinha: a alegria, raiva, tristeza e nojinho. 

A ansiedade é um ponto alto do filme, representada por uma figura alta, alaranjada, ela tenta planejar o futuro de Riley, mas sempre vendo pontos negativos em tudo. Dublada pela atriz Tatá Werneck, a animação tenta destacar a natureza da personagem, que é muito inquieta.

Com animações que mantêm o padrão Pixar, em 2D e 3D, como por exemplo; Toy Story, Tia Edina, Procurando Nemo, que chamam a atenção principalmente de crianças, o diretor Kelsey Mann, responsável pela animação, procurou atrair público de todas as idades, principalmente nas partes que mostram a mente dos personagens, e como funciona a visão das emoções. Outro ponto bastante interessante são as dublagens do filme, com vozes famosas além de Tatá Werneck, a da atriz Eli Ferreira que dubla o personagem tédio e a humorista Dani Calabresa que dubla a voz de nojinho.  

Lançando três anos após a pandemia de Covid-19, muitas pessoas afirmam que o filme é um reflexo das atitudes de crianças, adolescentes e até mesmo adultos após a pandemia. Para a professora de Psicologia Comportamental da Faculdade de Educação (FE) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Elisa Sanabio, as pessoas estão acostumadas a se definir por suas emoções, afirmando ser uma pessoa raivosa, ansiosa e estressada, isso faz com que o filme se torne representação para trabalho com adultos e um ferramenta útil para trabalhar com crianças e adolescentes.  

No filme, a personagem vergonha também se faz presente na vida da protagonista, em cenas mescladas da visão das emoções e da visão da jovem, faz os espectadores se identificarem em algumas cenas, por exemplo, quando a mãe de Riley a deixa na escola, ou fala algo que para ela seja  vergonhoso na frente de suas amigas.

Em conjunto, o longa traz alguns sentimentos que se fazem presentes nos dias de hoje, por exemplo; nas cenas, o tédio vem acompanhado com celular, quando está com vergonha se esconde com moletom, inveja é uma personagem pequena mas tem um poder de fazer coisas grandes. 

Embora o filme ter sido um sucesso, a animação não conseguiu agradar 100% do público, muitas pessoas afirmam que o roteiro deixou a desejar, como por exemplo esse comentário de um espectador no site imdb;  “Apenas uma bagunça confusa, sem uma compreensão real da construção do mundo que tornou o primeiro tão bom. Nenhum desenvolvimento de personagem do primeiro, também, o enredo é basicamente as mesmas lições sendo aprendidas que personagens internos e externos aprenderam no primeiro.”   

Em contrapartida, para a repórter Juliana Barbosa, do portal Metrópoles, o filme foi um sucesso e deveria continuar com o roteiro; “Sinceramente, Divertida Mente não deveria acabar nunca. O desejo de acompanhar Riley por todas as etapas de sua vida é latente e cresce ainda mais com a chegada do novo filme. Faz sentido dizer que o longa-metragem é a animação mais esperada do ano!”, afirma a repórter.

Diferente da primeira animação, uma coisa que chama bastante atenção é a personagem alegria, que controla as emoções de Riley. No primeiro, em 2015, o papel dela era acompanhar o amadurecimento pelos olhos de Riley, e agora sua função é concentrada em autocuidado e autoconhecimento. Podemos dizer que essa transição faz com que Divertida Mente 2 seja uma das animações mais empáticas da Pixar.

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