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Todo Tempo Que Temos é um drama delicado e introspectivo que explora temas profundos de amor, mortalidade e as escolhas que definem nossas vidas. Dirigido por John Crowley, com roteiro de Nick Payne, o filme traz uma abordagem sobre os dilemas existenciais de um casal diante de uma doença terminal e o impacto que ela tem em suas vidas e nas decisões que tomam sobre o futuro.
A história gira em torno de Tobias (Andrew Garfield), um homem tranquilo e recém divorciado, e Almut (Florence Pugh), uma chef de cozinha criativa. Após um encontro inusitado, os dois se apaixonam, constroem um lar e formam uma família. A vida do casal muda quando Almut é diagnosticada com câncer de ovário em estágio avançado.
O ponto central da narrativa é a luta entre qualidade e quantidade de vida. Almut se vê dividida entre continuar lutando pela sobrevivência a qualquer custo ou aceitar sua condição e viver plenamente, aproveitando ao máximo os momentos durante os seus seis meses restantes, é onde o drama entra.
As performances de Garfield e Pugh são o ponto alto do filme. Garfield, conhecido por seus papéis dramáticos, interpreta Tobias com uma vulnerabilidade que torna seu personagem simpático e complexo, mesmo nas suas interações mais simples. Já Pugh, em uma atuação impressionante, dá vida a Almut com uma energia vibrante, que vai do otimismo à tristeza profunda. A química entre os dois é palpável, tornando suas cenas de amor e de conflito ainda mais autênticas. Isso é, sem dúvida, o que sustenta o filme, trazendo uma profundidade necessária a uma narrativa que, à primeira vista, poderia parecer apenas mais uma história trágica de romance.
No entanto, a estrutura narrativa do filme apresenta algumas falhas significativas. A história alterna entre diferentes períodos de tempo e situações, começando com o dramático diagnóstico de câncer de Almut e retrocedendo para explorar o passado do casal. A escolha por uma estrutura onde a história é desvendada aos poucos e a sequência não linear dos acontecimentos, gera uma certa confusão. O que, em vez de contribuir para imersão, acaba criando uma sensação de descontinuidade em alguns momentos.
Todo Tempo Que Temos não segue a fórmula convencional de um romance feliz, oferecendo ao espectador uma visão mais realista e até brutal sobre a inevitabilidade da perda e da morte. A trama mistura drama e comédia de forma interessante, mas que, por sua própria premissa, carrega um peso emocional significativo. Não é o tipo de filme que oferece um consolo fácil, mas é uma obra que, ao lidar com os dilemas da vida, proporciona uma experiência emocionante e, por vezes, desconcertante.
Os assuntos em torno de questões existenciais intrigam o espectador e deixam algumas reflexões. Vai fazer você se perguntar a mesma questão que Almut faz a Tobias… como você quer viver sua vida e como quer ser lembrado? Para quem busca assistir um filme que não termina após todos os créditos, esse definitivamente pode estar na lista de preferências.