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Xande Manso
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Na última terça-feira (26), enquanto caminhava em direção à minha academia, uma reflexão surgiu na minha mente. Com tantas academias espalhadas por todos os cantos e a saúde sendo cada vez mais valorizada, como ainda existem tantas pessoas sedentárias e com sobrepeso? A resposta parece simples, mas na prática, a realidade é bem mais complexa.

Logo ao virar a esquina para chegar ao meu destino, percebi uma mulher caminhando na mesma direção. Ela estava visivelmente acima do peso, e, por um momento, minha mente se antecipou aos julgamentos. “Será que ela vai entrar na academia? Ou será mais uma daquelas que tentam e desistem?” Aquelas perguntas surgiram, e ao mesmo tempo, uma sensação de empatia me tomou. Afinal, eu já estive no lugar dela — obeso, com dificuldades para começar, cercado por uma sensação constante de frustração.

A mulher se aproximava da porta da academia com um semblante sério, mas sem qualquer sinal de desistência. Eu sabia o que aquilo significava. Lembro bem dos meus próprios dias, quando a pressão de começar, de lidar com a falta de resultados imediatos e as inseguranças internas pareciam mais difíceis de enfrentar do que qualquer peso na balança. E, mais importante, a vergonha. A vergonha de ser visto tentando, de ser julgado pelos outros que não entendem o processo. 

Mas ela não parou. Entrou na academia, com o mesmo ritmo determinado que a trouxe até ali. Quando a vi novamente, suando e focada, percebi o verdadeiro significado da mudança: a força de uma decisão. Não era apenas sobre o corpo ou os números na balança. Era sobre a coragem de começar e seguir, mesmo diante da dificuldade. Era sobre enfrentar a vida de frente e entender que cada pequena escolha faz diferença.

Ali, naquelas expressões de esforço e concentração, encontrei algo muito maior que a inspiração. Vi que o maior desafio não está em ter uma academia perto ou um plano de saúde acessível. O verdadeiro obstáculo é a mentalidade, o impulso inicial de dizer: “Eu vou fazer isso por mim”. Porque o mais difícil não é o treino em si, mas o primeiro passo, a superação da procrastinação, da dúvida e do medo do fracasso.

E assim, ao final daquela manhã, percebi que o caminho da transformação não é linear. Ele é feito de dias bons e ruins, mas, principalmente, de decisões. O futuro é esculpido nas escolhas que fazemos no presente. E às vezes, basta dar o primeiro passo — o resto vem com o tempo.

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