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Há quanto tempo eu sonhava em estar em uma sala cheia de pessoas com o mesmo objetivo: noticiar fatos históricos. Nunca imaginei que estaria cercado por pessoas que compartilhassem o mesmo propósito que eu.
Foram muitos dias de reflexão, perguntando a mim mesmo se era realmente isso que eu queria. A cada teste, a ansiedade me impedia de dormir; parecia que ela tinha controle sobre mim. Muitos “nãos” fizeram parte da jornada até chegar onde estou hoje.
Jornalismo é vivenciar e narrar fatos que marcam a sociedade, seja nos bastidores da cobertura de uma eleição ou na reportagem de um incêndio. É também contar histórias de pessoas que realmente precisam de ajuda, colocando-se no lugar do outro, com humildade para ouvir e conversar.
A correria de escolher o que será pauta vem sempre acompanhada do cuidado de entregar o melhor para o leitor. Escrever matérias para o site exige atenção e responsabilidade para noticiar o que realmente precisa ser divulgado. No meio disso, há risadas, bate-papos com os colegas, trocas de ideias sobre diversos assuntos e, claro, o indispensável café que ajuda nos momentos mais desafiadores.
Os plantões de fim de semana trazem a missão de cobrar e mostrar ao público o que acontece na sociedade, com dedicação e compromisso.
Contar histórias que provocam reflexões e expõem realidades, como a de uma criança de 6 anos que não sabe se terá acesso à medicação necessária para viver a vida como ela deseja, nos lembra da importância de dar voz a quem precisa.
Aquele jornal fresquinho de manhã, que o público recebe, é resultado de uma verdadeira correria. A loucura para entregar uma página no prazo, revisar com atenção e, logo em seguida, mergulhar em outra pauta para o dia seguinte. Vivenciar tudo isso é uma experiência incrível.
Lembro que, anos atrás, eu queria fazer Psicologia para cuidar das pessoas. Hoje percebo que quem realmente precisa de ajuda sou eu, por ter escolhido uma profissão que deixa os nervos à flor da pele. É o chefe enviando matéria para corrigir, gravar conteúdo para as redes sociais, ligar para a fonte para cobrar informações, e ainda tentar encontrar tempo para a vida pessoal, porque viver um pouquinho, muitas vezes, é essencial.
Muitas pessoas me perguntam se realmente vale a pena. Eu sempre respondo que sim, porque o jornalismo não é apenas narrar histórias, mas vivê-las e enxergar com humanidade aqueles que realmente precisam ser vistos. Como o pequeno guerreiro Vinicius Gabriel, de apenas 6 anos, cujos pais estão organizando uma vaquinha para arrecadar o valor de sua medicação, que custa 17 milhões de reais e, infelizmente, não está disponível no Brasil.
No jornalismo, ter esse olhar humano é essencial, porque o mundo não é feito apenas de tragédias; também podemos encontrar esperança e acreditar em um futuro melhor.