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Hoje em dia, vivemos em um mundo onde a pressa é a regra, não a exceção. Corremos de um lado para o outro, sempre com uma lista de tarefas na mão, como se cada minuto fosse precioso demais para ser desperdiçado. A sensação de que precisamos fazer tudo, e fazer logo, é quase uma exigência da sociedade moderna. Mas, no meio de tanta velocidade, onde estamos realmente indo? Talvez para o trabalho? Ou para mais um evento online que parece ser a coisa mais importante do planeta, mas em que no fundo, nem sabemos bem o que estamos fazendo lá?

População caminha pelas ruas de Nova York / Foto: Matt Quinn

É curioso como a gente se convenceu de que viver em modo acelerado é sinônimo de produtividade, e que quanto mais fizermos, mais “realizados” seremos. Mas será que estamos realmente fazendo? Ou estamos apenas passando pelo movimento, com a sensação constante de que estamos deixando algo para trás? O dia começa e, em poucos minutos, já nos encontramos inundados de compromissos e responsabilidades. O café da manhã vira uma pausa forçada, a conversa com amigos, um minuto roubado entre uma tarefa e outra, e o descanso, um luxo que só conseguimos nos dar quando tudo já foi feito. Ou seja, nunca.

E aí, me pergunto: onde fica o tempo para se perceber? Para apenas estar, sem ter que correr atrás de algo? Aquele tempo que, em teoria, seria um “desperdício”, mas que na prática é essencial para nossa saúde mental e emocional. O silêncio de uma caminhada sem destino (em que você nem percebe, mas acaba indo até a loja de café para tomar mais um energético), o prazer de não fazer nada por alguns minutos, de olhar ao redor e simplesmente ser parte do momento, sem pressa.

Mais curioso ainda, é perceber como a pressa se transformou numa forma de fuga. Fugimos de nós mesmos ao ocupar cada segundo com uma ocupação. Talvez o que mais precisamos não seja de mais tempo para realizar coisas, mas sim de mais tempo para simplesmente existir sem pressa. Quem sabe o segredo da produtividade não está, na verdade, em desacelerar? Em dar uma pausa ao frenesi do cotidiano e aprender a apreciar os pequenos momentos, sem a obsessão de fazer, fazer, fazer. (Até porque, se a gente for parar para pensar, ninguém nunca ficou famoso por fazer todas as tarefas da lista no prazo, certo? Só se for o Batman, mas ele é o Batman.)

Sabemos que não é fácil. E, ao mesmo tempo, temos ciência de que é urgente. O tempo, esse ser que escorrega por entre os dedos, não espera. E talvez a maior lição que possamos aprender seja que, para viver bem, é preciso, às vezes, se permitir parar. E se você ainda acha que não pode, lembre-se: o universo não vai desabar por causa de uns minutinhos de pausa. Ou vai? Acho que é melhor conferir… depois de uma boa pausa, ou um cochilo.

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