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Durante uma recente chuvarada em Goiânia, um motoqueiro foi arrastado pela enxurrada e morreu afogado. Os alagamentos em Goiânia são constantes e têm levado a prejuízos materiais e até perdas humanas.

Goiânia é nacionalmente conhecida pela sua baixa umidade do ar e por estar localizada no Planalto Central brasileiro. Durante alguns meses do ano a secura é tão grande que pode causar sangramento pelo nariz. Por estar afastada do litoral, em uma região alta do país e com umidade do ar tão baixa, alguns moradores da cidade ousam dizer que não temem o dilúvio e que, além do mais, depois do fenômeno divino, suas casas e apartamentos ficarão de frente para o mar.

Não precisa ser um cientista para observar e sentir as mudanças climáticas mundiais. O crescimento urbano e industrial desenfreado, as queimadas, a destruição das florestas e o uso de combustíveis fósseis produzem gases de efeito estufa que são emanados para a atmosfera. Recentemente dois eventos causaram comoção mundial: as enchentes do Rio Grande do Sul e da cidade de Valencia, na Espanha. Goiânia não ficaria de fora desse cenário e tem sentido os vorazes efeitos das mudanças climáticas. A cidade e seus moradores têm sido atingidos por ventos muitos fortes e chuvas muito volumosas, que caem em um curto espaço de tempo, causando perdas à sociedade, muitas vezes irreparáveis.

A deficiente gestão urbana, a especulação imobiliária, a impermeabilização da cidade pelo seu asfaltamento, a radical diminuição das áreas permeáveis, contribuem, significativamente, para o acúmulo das águas das chuvas em determinados locais. A falta de educação dos moradores que, sem nenhum senso de civilidade, jogam lixo nas ruas, promovem o entupimento das redes pluviais e córregos da cidade. A incompetência da administração pública em manter as ruas, praças, redes pluviais e córregos da cidade limpos e desobstruídos é o que faltava para completar o cenário de terror que os goianienses têm visto e enfrentado nos dias de chuva.

O motoqueiro que morreu ao ser levado pela enxurrada poderia estar vivo se fosse um nadador ou, mais razoável, se a sociedade fosse mais consciente e mais interessada na sua qualidade de vida e no futuro das próximas gerações.

Por isso, caso não ocorra uma mudança urgente, é recomendável que o goianiense aprenda a nadar desde cedo para se manter vivo. Além do mais, o curso de natação também será útil quando o dilúvio vier e a sua casa ou apartamento estiver de frente para o mar.

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