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ÍSIS MARISSA
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Sabrina Vilela, repórter da CBN Goiânia conta um pouco sobre sua trajetória como jornalista. Durante sua história Sabrina teve o prazer de trabalhar em diversos jornais como, TV Brasil Central, Record Goiás, Band News e o Jornal Hoje. Sempre dedicada e atenciosa, buscou estar perto da população ouvindo suas histórias e necessidades.

Fonte: Instagram

O que despertou em você o desejo de cursar Jornalismo e como foi o processo de decisão até escolher essa carreira? Houve algum acontecimento, inspiração ou referência que tenha influenciado essa escolha?

“Decidi fazer esse curso no ensino médio, na verdade, estava na dúvida entre Psicologia e Jornalismo, eram dois cursos que já tinha em mente. Quando estava no final do terceiro ano, as pessoas falavam que eu tinha muito perfil para o Jornalismo. Mas algo que realmente me fez tomar a decisão final, foi o espaço das profissões que tem aqui na UFG”.

Durante a graduação em Jornalismo, quais foram os principais obstáculos que você enfrentou?

“Na faculdade, o meu maior desafio foi lidar com algumas limitações. Por exemplo, estudava na PUC Goiás e morava em Aparecida de Goiânia. Então, a questão do deslocamento. Eu tinha que acordar muito cedo, trabalhar e fazer estágio. Esse foi o meu maior desafio durante o processo de graduação. Eu tive que fazer várias coisas ao mesmo tempo. E sem depender de veículo. […]Então, o meu maior desafio foi essa conciliação. Os estudos, o trabalho e o estágio“.

Quais foram os principais desafios que você enfrentou na sua profissão, especialmente no início de carreira?

“Na minha profissão, acho que o maior desafio é quando você começa, principalmente quando você é mulher. Acho que as pessoas demoram um pouco para te respeitar como profissional. Mas, com o tempo, você consegue provar que é bom e, assim, vai dando o seu melhor em todas as coisas. Outro grande desafio foi se consolidar no mercado de trabalho, porque eu fiquei dois anos sem emprego. Sem emprego algum. Eu fazia um ou outro bico, fazia alguns textos, e recebia por eles. Mas foi muito desafiador. E ainda, para completar, veio a pandemia“.

Como você enxerga a importância do curso de Jornalismo na formação de bons profissionais e quais são, na sua opinião, os principais desafios que ele vem enfrentando nos últimos anos?

“O curso de jornalismo, eu ainda vejo como algo muito essencial. Só que, algo que eu tenho notado e que muitos colegas ainda comentam, é sobre os profissionais que estão se formando agora. É um pouco diferente desses profissionais mais antigos. Profissionais que não se preocupam muito com boas apurações.  Então, eu acho que o curso de jornalismo agora está em uma fase muito desafiadora. Está concorrendo muito com as novas tecnologias. Os jornalistas estão concorrendo com os influenciadores. Que se acham no direito de dar notícia. No direito de soltar informações sem checar, sem nada. Então, o curso de jornalismo ainda é fundamental”.

Você poderia comentar sobre a sua reportagem premiada ‘Região da 44: do local sem esperança para um dos maiores geradores de emprego de Goiânia’ e compartilhar sua opinião sobre as recentes mudanças na região, especialmente em relação à retirada dos camelôs decretada pelo prefeito Sandro Mabel?

“Nesse caso, quando eu fiz essa matéria no ano passado, ao conversar com os lojistas de muitos anos, eles falaram que a concorrência desleal com os camelôs realmente atrapalhava muito o trabalho deles. No entanto, também tinham muitos que falaram que começaram como camelôs até conseguirem as próprias lojas. Nesse caso, eu acho que essas pessoas deveriam receber algum auxílio. Alguma coisa nesse sentido. Porque simplesmente tirá-los de lá não é a solução. Eles merecem trabalhar”.

Fonte: CBN Goiânia

Você acredita que a sua profissão tem sido desvalorizada nos últimos anos? Como encara a perda de respeito por parte da sociedade em relação a esse ofício?

 “Eu acho que o jornalismo é extremamente importante e sempre vai existir. Só que eu acho que ele não é valorizado da forma que deveria. Tanto financeiramente como pelas pessoas. A gente passou por um momento político em que o jornalista era muito desrespeitado. Então, nesse sentido do respeito, eu acho que o jornalismo perdeu um pouco, visto que as pessoas não valorizam muito, principalmente no mercado de trabalho“.

Ao longo da sua trajetória como repórter, qual foi a matéria que mais te marcou e por que ela teve um impacto tão significativo na sua vida pessoal e profissional?

“A matéria que mais me marcou foi a que eu fiz sobre uma favela de Goiânia. Nela tinha uma senhora que fazia cozinha comunitária em uma região ocupada. Nesse lugar as pessoas são muito pobres, elas não tinham condições de comprar alimentos, fraldas e outras coisas básicas. Então, essa senhora, que veio do Rio de Janeiro para Goiânia para fazer tratamento do câncer, não tinha condições de alugar uma casa em Goiânia, e acabou indo para essa ocupação. Lá ela viu a necessidade que as pessoas passavam, ela notou que as vezes os moradores da ocupação realizam uma refeição por dia, e olha lá. Então teve a ideia de fazer a cozinha comunitária. Como ela era uma pessoa que se dava bem com todo mundo, conseguia boas doações de alimentação e de dinheiro para fazer comida o suficiente para aquela comunidade. Essa foi a matéria que mais me marcou”.

De onde vem sua paixão pela reportagem e pelo rádio?

 “Eu amo rádio. Já passei por televisão, impresso, assessoria, mas a rádio tem sido o meu veículo favorito, porque você tem que descrever o máximo possível para que a pessoa que está te ouvindo possa visualizar. Eu sou os olhos daquela pessoa que está dirigindo, daquela pessoa que, às vezes, está ocupada em algum lugar com um fone de ouvido. Então, com a rádio, tem esse desafio de você ser o mais descritivo possível. […] Na CBN, atualmente, trabalho na parte de reportagem, que é a função que eu mais gosto dentro do jornalismo — que é conversar com as pessoas, conhecer a história e poder ter esse contato maior“.

Fonte: Instagram

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