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Na última segunda-feira (22), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal (PF), no inquérito que investiga as joias entregues pelo governo da Arábia Saudita.
Cid foi ouvido por videoconferência, do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, onde está preso desde 3 de maio. O tenente respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado Adalto Machado, presidente do inquérito, sanando as dúvidas do policiais sobre as tentativas de liberação do pacote milionário retido pela Receita Federal.
Assim, Cid afirmou que a tentativa de recuperação feita por ele, foi a partir de um pedido de Bolsonaro, e não uma ordem, visando evitar um “vexame diplomático” de o presente de outra nação ser levado a leilão.
De acordo com ele, o então presidente o comunicou sobre as joias no último mês de seu mandato, dezembro de 2022, pedindo para que Cid tentasse resgatá-las do Aeroporto de Guarulhos.
Além disso, segundo depoimento do ex-assessor da Presidência, Cleiton Henrique Holzschuk, à PF, o militar garantiu que as joias iriam para o “acervo pessoal” do ex-presidente.
Em que passo está a investigação sobre as joias?
No mês passado, foi iniciada a perícia dos conjuntos destinados a Bolsonaro e sua esposa. O processo está sendo realizado pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística), sendo examinados pelo setor de gemologia, que estuda pedras preciosas.
No dia 5 de abril, mesmo dia do primeiro depoimento de Cid, Jair Bolsonaro depôs por 3 horas à PF em Brasília sobre o caso. Assim, disse que ordenou ao militar verificar e esclarecer o que poderia ser feito em relação aos kits.
Além disso, Jair afirmou que manteve as joias armazenadas na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet.
A oitiva em questão também foi conduzida por Machado, que conduz o inquérito desde sua instauração na Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF em São Paulo.
Antes do depoimento, por determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), a defesa de Bolsonaro entregou um terceiro kit de joias, vindas também dos sauditas e entregue numa viagem anterior, a uma agencia da Caixa Econômica Federal.
Como apurado pela Folha de S. Paulo, o pacote começou a fazer parte do acervo pessoal do ex-presidente no mês seguinte ao recebimento, em novembro de 2019.
“Entregamos ali o primeiro conjunto que chegou na Presidência. Cadastrei. E, tentando recuperar o outro conjunto da Michelle, foi via ofício, não foi na mão grande. Não sei por que essa onda toda. Se estão achando isso como algo que eu fiz errado eu fico até feliz, não tem do que me acusar”, afirmou Jair.
Atualmente, os investigadores dizem estar em fase de conclusão do caso, que deve ser divulgado em breve.