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O país do futebol vem expandindo suas raízes ao longo dos anos para outros esportes. Ainda assim, no meio de tantas modalidades, um se destaca cada vez mais: o voleibol feminino.
Formada há 72 anos, a Seleção Brasileira de Voleibol Feminino começou sua história já com o pé direito, sendo campeã do Campeonato Sul-Americano de 1951. Desde então, a modalidade seguiu quebrando recordes e fazendo história, contribuindo para o surgimento de grandes nomes como Ana Moser, Fofão, Fernanda Venturi, Carol Gattaz e Tainara Santos, que seguem inspirando as novas gerações.
“Fico muito feliz de ser considerada inspiração. Isso reflete da minha criação, meu trabalho, meu desempenho e força de vontade, porque sem isso a gente não vai a lugar nenhum. Eu espero que eu esteja sendo um exemplo muito bom para elas [jovens atletas] e que elas alcançem coisas muito maiores do que eu pretendo e alcançarei“, declarou Tainara Santos, atacante e ponteira da Seleção Brasileira e MVP do Campeonato Sul-Americano Sub-18 de 2016.
A Seleção Brasileira
A seleção brasileira é uma potência no voleibol, conquistando diversos campeonatos importantes ao longo dos anos. Sendo o segundo esporte mais popular do país, conta com apoio financeiro e estruturas de primeira, garantidos pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), proporcionando o melhor aproveitamento de todos em quadra. Assim, é considerada o sonho de todo atleta e treinador.
“Quando chega na Seleção Brasileira você pensa que tudo que tá lá é voltado só para aquele esporte. Você tem uma estrutura gigantesca, e quem está numa seleção, tanto as atletas quanto comissão técnica, tá todo mundo muito disposto e muito disponível. Todo mundo quer, então tudo acontece muito fácil, tudo flui muito bem, e para mim foi excelente a experiência de estar lá”, comentou Gustavo De Conti, ex-técnico da Seleção Brasileira de base.
Histórico de competições
Até hoje, O Brasil apenas não conseguiu ouro em duas grandes competições: o Campeonato Mundial e a Copa do Mundo. Porém, garantiu medalhas de prata em cada competição.
Além disso, atualmente, sob o comando de José Roberto Guimarães, as brasileiras buscam o primeiro lugar da Liga das Nações, competição que substitui o Grand Prix desde 2018.
Olimpíadas
- Duas medalhas de ouro em Pequim (2008) e Londres (2012).
- Uma medalha de prata em Tóquio (2020).
- Duas medalhas de bronze em Atlanta (1996) e Sydney (2000).
Copa do Mundo
- Três mealhas de prata em 1995, 2003 e 2007.
- Uma medalha de bronze em 1999.
Campeonato Mundial
- Quatro medalhas de prata em 1994, 2006, 2010 e 2022.
- Uma medalha de bronze em 2014.
Jogos Pan-Americanos
- Quatro medalhas de ouro em 1959, 1963, 1999 e 2011.
- Três medalhas de prata em 1991, 2007 e 2015.
- Duas medalhas de bronze em 1955 e 1979.
Campeonato Sul-Americano
- Vinte e duas medalhas de ouro em 1951 a 1962, 1969, 1981, 1991, e 1995 a 2021.
- Onze medalhas de prata em 1967, 1971 a 1979, 1983 a 1989, e 1993.
Grand Prix
- Doze medalhas de ouro em 1994, 1996, 1998, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2013, 2014, 2016 e 2017.
- Cinco medalhas de prata em 1995, 1999, 2010, 2011 e 2012.
- Duas medalhas de bronze em 2000 e 2015.
Liga das Nações
- Duas medalhas de prata em 2019, 2021 e 2022.
“É um sonho para todo mundo que é atleta, né? Para mim, o sentimento é muito de gratidão e reconhecimento de todo o esforço que eu fiz na minha vida inteira, eu sou muito grata por fazer parte dessa dessa nação e representar o Brasil”, disse Tainara.
O vôlei feminino regional
Apesar do sucesso enorme, com o destaque dado aos torneios internacionais, o vôlei regional acaba ficando de escanteio na mídia. Isso, por sua vez, faz com que essas atletas não recebam o reconhecimento devido e enfrentem cada vez mais dificuldades caso não sejam selecionadas. Assim, os clubes regionais acabam tendo seu destaque apenas durante o campeonato nacional, a Superliga.
“O vôlei regional não tem tanta referência, se hoje você vir aqui na minha cidade falar de uma tal Tainara, muita gente não conhece. Eu realmente acho que falta a mídia criando mais público. A Superliga hoje é um dos campeonatos mais fortes que existe no mundo, então realmente falta esse apoio, de divulgar e passar na televisão, porque passa em canal fechado mas nem todo mundo tem uma situação financeira boa para poder assinar canais fechados, então fica mais difícil acompanhar”, declara a atleta.
Porém, mesmo com o baixo reconhecimento, ainda é possível testemunhar histórias de superação no esporte, como a de Ilana Assis. A jovem, através do vôlei e incentivos municipais, conseguiu levar sua carreira ao âmbito internacional, nos Estados Unidos.
“Eu acho que a minha trajetória, saindo do interior de Goiás para os Estados Unidos, foi muito louca, porque eu nunca pensei que eu teria essa oportunidade. A gente só treinava por brincar, e aí eu fui me destacando. Fui viajando e o pessoal foi me ajudando na prefeitura. A minha cidade é muito pequena, então eles me conhecem a menina que foi para os Estados Unidos. Foi uma experiência única”, destaca Ilana.
Incentivos
Incentivar o voleibol feminino no Brasil é uma maneira importante de promover a igualdade de gênero no esporte e também pode ajudar a aumentar a popularidade e o desenvolvimento do esporte no país. Esses incentivos devem partir de vários âmbitos, promovendo melhores infraestruturas e programas de base para que as jovens atletas consigam sonhar com uma carreira no futuro, tudo isso partindo da CBV.
“Eu acho que o vôlei tem que ser incentivado primeiro pela Confederação, e ela, hoje, faz mal isso. Basta ver as categorias de base, que estão diminuindo nos estados, o que reflete no Campeonato Brasileiro, cada vez de nível às vezes igual ou mais baixo ao longo do tempo. Isso mostra que não não tem uma renovação. A Confederação tem que entrar em escolas, porque é la que tá garotada, a gente tem que ter crianças que gostam de jogar vôlei, e a partir daí o clube vai pegar essas crianças e fazer o trabalho de desenvolvimento. Mas ela não entendeu o papel dela ainda”, comenta o ex-técnico.
Liga das Nações 2023
No dia 30 de maio a Liga das Nações (VNL) 2023 teve início. O Brasil, que competiu em busca do título inédito pelo quinto ano consecutivo, estreou no dia seguinte contra a China.
Infelizmente, apesar da garra e talento, conquistando vitórias memoráveis, as brasileiras foram eliminadas pela campeã Turquia.
O Brasil na VNL
- Brasil 2×3 China
- Brasil 3×2 Sérvia
- Brasil 3×1 Alemanha
- Brasil 0x3 Estados Unidos
- Brasil 3×2 Itália
- Brasil 2×3 Canadá
- Brasil 0x3 Turquia
Agora, no próximo sábado (19), a Seleção desembarca em Recife (PE) para mais uma rodada de disputa, o Campeonato Sul-Americano, competição em que o Brasil tem o maior número de títulos, e a torcida pela amarelinha não para de crescer.