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GIOVANA MIRANDA

Semana de decisão, é oitavas de final da sul-americana. Como toda competição, essa não seria diferente. A Conmebol exige que a partir das oitavas de final os estádios tenham capacidade mínima para 20 mil torcedores. Em Goiânia, apenas o Serra Dourada possui essa condição. O estádio, que tem 48 anos de história, já foi palco de grandes decisões, desde campeonato goiano até competições internacionais. 

Ver a situação que Serra se encontra hoje é lamentável. O brilho de ouro deste colosso no Jardim Goiás, deu lugar a um tom opaco, fraco, sem o esplendor de outrora. E ver os torcedores questionarem e ficarem contra a decisão de mandar o jogo para o Serra Dourada me fez pensar: Até quando o Serra Dourada resistirá? 

Cada time da capital de Goiás tem sua casa: o Atlético tem o Castelo do dragão, o Vila tem o Oba e o Goiás tem a Serrinha. E os goianos têm o Serra, o maior do estado. E por que tanto abandono com o principal palco do futebol que nós, goianos, temos para chamar de “nosso”? Lembro da primeira vez que pisei no Serra. Aquela multidão de gente, bandeiras ao vento e todo mundo num só coro e em uma só voz, torcendo pelo futebol goiano. 

O  Serra tem seu charme, não dá pra negar. Não que os outros estádios daqui não tenham o seu próprio encanto. Mas o Serra Dourada é único. É prazeroso ver o que 30 mil pessoas é capaz de fazer nas arquibancadas desse caldeirão. 

E no momento que o árbitro apita e a bola rola, o que antes era questionado deixa de existir. As reclamações agora dão espaço para o amor pelo futebol. São 90 minutos de emoção e a torcida das arquibancadas grita para empurrar o time. A luz, o gramado, o ambiente sem cor que antes era motivo de reclamação, agora é tomado por uma nação, que canta, vibra e emociona. 

O estádio que estava parado no tempo, em alusão a algo antigo, agora tem milhares de pessoas. O tio do disco continua lá, a pipoca, o picolé, e o espetinho na saída. O avô com seu neto, o pai com os seus filhos. A memória afetiva sempre se fará presente em quem frequenta o Serra Dourada.

Será que a nova geração irá aproveitar? Da arquibancada ao gramado, do barulho da imensidão, o cântico da torcida e as bandeiras estendidas fazem o Serra tremer. O abandono com o palco do futebol não pode continuar, as novas gerações precisam desfrutar da magia desse lugar. O Serra não pode acabar.

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