Onda de calor e nova fase do aquecimento global: contextualização, o que fazer para frear, riscos e cuidados a se tomar

ONU alerta que 2023 foi um dos anos mais quentes da história da Terra e que a temperatura média global está 1,4º C acima do período pré-industrial
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As novas ondas de calor que estão sendo alertadas pelo mundo todo está alarmando e deixando às pessoas ansiosas pelo o que está havendo em nosso planeta. A OMM (Organização Meteorológica Mundial) agência climática da ONU (Nações Unidas) divulgou que mesmo ainda não tendo finalizado o ano de 2023, pode-se de dizer de antemão que este ano será o mais quente da história da humanidade, após uma sequência de nove anos com calor recorde, isso porque estamos entrando em outro nível do aquecimento global e a mesma teme o que pode acontecer com os efeitos desse aquecimento.

Está acontecendo a Conferência das Nações Unidas a COP28 sobre as Mudanças Climáticas do ano de 2023, até o dia 12 de dezembro em Dubai, e dessa vez a discussão está direcionada à emissão de carbonos. Logo no primeiro dia do evento o Secretário-geral da ONU Guterres faz um apelo e afirma que ainda é possível evitar o “colapso e incêndio do planeta” caso ainda os respectivos líderes mundiais tenham força de vontade de agir com urgência e vontade política e acrescenta que eles são “a cura” para o que está acontecendo.

Segundo a ONU News, o Secretário ainda deu três tipos de medidas para frear a crise climática que estamos vivendo, a primeira linha de frente seria um corte drástico nas emissões de gases de efeito estufa, já que às políticas atuais apontam um crescimento de 3ºC. Ele também afirma o seguinte sobre às formas de energias renováveis “um planeta em chamas não pode ser salvo com um jorro de combustíveis fósseis”. E por fim ele aponta que os países devem cumprir com as metas da justiça climática.

Secretário-geral da ONU Guterres reprodução:ONU

Temperatura média global 1,4º C acima do nível pré-industrial

Em entrevista com o geólogo Francisco Fittipaldi Vessani, formado pela Universidade de Brasília em 2013 e que atualmente trabalha como geólogo na UFG (Universidade Federal de Goiás), ele contextualiza mais sobre o tema “ebulição global” e fala um pouco sobre o assunto.

“Ebulição global está sendo um termo usado pela ONU, para se referir á uma etapa nova do aquecimento global que aparentemente nós estamos entrando que é caracterizada por uma aceleração, uma intensificação tanto do aquecimento quanto dos efeitos causados pelo aquecimento global.”

“Um dos parâmetros que nós usamos para medir o aquecimento global, é a temperatura global da superfície do planeta, então como nosso planeta tem 80% mais ou menos coberto por oceanos, faz com que a temperatura dos oceanos seja dominante e ela é a que mais vai ter influência sobre a conta que nós fazemos sobre o aquecimento da superfície. Então a gente tem registros de temperaturas desde o começo do século quando começamos a fazer essas medições até o atual, então temos mais de 100 anos de informações sobre as temperaturas dos oceanos, então comparativamente conseguimos saber como tem evoluído a temperatura do planeta.”

Além disso, ele acrescenta mais sobre o que vem fazendo com que essas problemáticas sejam ainda mais alarmantes e preocupantes para a vida dos seres vivos.

“O que acontece foi que a gente já vem tendo uma tendência positiva no aquecimento desde que saímos da era pré-industrial e entramos na era industrial, que a gente já estava começando a fazer as medidas, então com a industrialização o efeito dos gases, do efeito estufa sobre a temperatura da atmosfera e, consequentemente, sobre a temperatura dos oceanos foi já sendo descoberto e sendo medido pelos cientistas, então a gente já vem tendo tido uma noção ao longo do tempo de como que ali o aumento, o incremento dos gases do efeito estufa e outros poluentes na atmosfera geram esse aquecimento, então a gente vem evoluindo, o planeta já vem esquentando numa certa taxa, que inclusive é uma taxa que vem acelerando, e isso já tem sido detectado, medido e calculado há bastante tempo. É por isso que a gente tem essas organizações do clima, como a COPPE, temos essas reuniões e também esse problema já vem sendo debatido aí pelo menos há uns 70 anos.”

reprodução:G1 fonte:C3S\ECMWF

“Essa figura representa o que eu estava mencionando anteriormente, a linha vermelha, é o ano de 2023, a temperatura do ar, ela não é dos oceanos, mas é a do ar, que foi a informação que o repórter usou, que o cientista usou para fazer essa métrica, mas ela ilustra muito bem como o ano de 2023, ele não está só um pouco acima ou abaixo da média, como você pode ver pelas outras linhas azuladas e amarronzadas no gráfico, ele simplesmente parece que ele inaugura uma nova região do gráfico de temperatura, em torno do 1,5, do 2,0 aumento, e parece que se a partir de agora essa for a nossa nova linha central do gráfico, significa que a gente vai ter ano de aumento de 2,5, a gente vai ter ano de aumento 2, e vai ser muito difícil ter um ano que bate lá no 0,0, então a gente acelerou, parece que nós estamos… e o ano de 2023, ele parece iniciar uma nova tendência nesse gráfico. Isso é o que está preocupando todo mundo e eu acho essa preocupação muito válida, é um sinal de alerta. E aí a gente pode também falar um pouquinho das consequências, do que os modelos preveem que pode acontecer em diferentes cenários de aquecimento, em várias esferas, tanto na esfera oceânica, atmosfera, da vida marinha, da vida terrestre, da vida humana, porque tudo isso aí seria extremamente impactado pela mudança de temperatura.”

El Nino e Ebulição global

Segundo um artigo publicado pelo site UOL, a ebulição global é caracterizada pela maior frequência no acontecimento de fenômenos climáticos e atmosféricos extremos “sendo o principal exemplo as ondas de calor muito intensas que aconteceram em diversas partes do mundo no mês de julho de 2023 e o forte El Niño que se formou entre o final de julho e agosto, que trouxe, igualmente, tempo muito quente e muito seco em várias regiões do planeta, em especial no continente americano. Portanto, além das temperaturas atmosféricas, as temperaturas das águas oceânicas estão mais elevadas do que o normal.”

Veja mais sobre “Ebulição global” em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ebulicao-global.htm

Meios de cuidados com a saúde para combater riscos, principalmente com a pele

A dermatologista Andréa Sampaio diz um pouco sobre alimentos que devem ser ingeridos e cuidados que devem ser tomados com essas temperaturas alarmantes

“Com a chegada da forte onda de calor e dias mais ensolarados, devemos ter cuidado com o exagero na exposição solar. As roupas escolhidas são mais curtas e o corpo fica mais exposto. Dessa forma, é possível aproveitar os benefícios da exposição solar de forma controlada, cinco minutos diários é o suficiente para liberar dopamina e melhorar o humor e a conversão da vitamina D. No entanto, é fundamental evitar queimaduras solares, desidratação, insolação e o câncer de pele. O consumo de água deve ser estimulado, bem também com bebidas ricas em sais minerais, comer frutas, saladas e legumes frescos também é uma boa…” explica a dermatologista.

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