Janeiro Branco: a influência do vicio tecnológico na saúde mental dos jovens

Mês da campanha que ressalta a importância dos cuidados com a saúde mental e a atribuição de vícios tecnológicos que afeta os jovens
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JANEIRO BRANCO

O Janeiro Branco é uma campanha brasileira criada em 2014 por psicólogos de Uberlândia (MG) o atual presidente e também idealizado é o psicólogo e palestrante Leonardo Abrahão, a campanha tem o objetivo de promover a conscientização sobre a importância da saúde mental.

O projeto inclui estimular a busca por ajuda profissional quando necessário e promover o diálogo aberto sobre questões emocionais. A campanha procura envolver diversos setores da sociedade, incluindo escolas, empresas e serviços de saúde, para criar um ambiente mais favorável ao bem-estar psicológico.

SAÚDE MENTAL

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) o Brasil tem o terceiro pior índice de saúde mental dentro de um ranking com 64 países e é o segundo país da América Latina com maior número de pessoas depressivas: 5,8% da população, o equivalente a mais de 11 milhões de brasileiros. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior domínio de ansiedade no mundo com 9,3%, cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, o que corresponde a 720 milhões de pessoas. O Brasil é o país que lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas com essas condições.

No Brasil, segundo o relatório Situação Mundial da Infância , estima-se que quase um em cada seis meninas e meninos entre 10 e 19 anos de idade no Brasil viva com algum transtorno mental, parcela mais exposta ao risco de automutilações, depressão e suicídio. Resquícios da pandemia também trouxeram mudanças significativas na forma como os jovens se relacionam e interagem socialmente.

VÍCIOS TECNOLÓGICOS

O uso extensivo de redes sociais e a internet pelos jovens têm potencial impacto na saúde mental. No Brasil, cerca de 66% da população, aproximadamente 140 milhões de pessoas, são ativas em redes sociais, dedicando em média mais 3 horas diárias a essas plataformas. Esse novo perfil de internauta é predominantemente jovem.

O uso excessivo da internet e redes sociais por jovens e adolescentes apresenta riscos potenciais, como o compartilhamento de conteúdos inadequados, incluindo pornografia, discriminação e ódio, além de questões como aliciamento moral e sexual, assédio, invasão de privacidade e cyberbullying.

Para combater essa crescente crise, a Organização Mundial da Saúde (OMS) implementou em todos os países, incluindo o Brasil, o Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-2030. Este plano prevê medidas para reorganizar ambientes que impactam a saúde mental e fortalecer sistemas de atenção em lares, comunidades, escolas, locais de trabalho e serviços de saúde.

IMPORTÂNCIA DO TEMA NO JANEIRO BRANCO

A psicóloga Raquel Maracaípe fala sobre a importância de trazer a questão do vicio em tecnologia associado a uma das causas de agravo a saúde mental especialmente em crianças e adolescentes.

“A relevância desse tema no Janeiro Branco, ressalta que essa campanha é exatamente para alertar a questão da saúde mental de todos nós. E é muito bacana tratar da importância desses impactos, do uso excessivo, do vício de tecnologias, que inclui todas as telas, mídias, redes sociais, videogames, enfim,  ampliar para o uso excessivo dessas mídias e redes sociais. Nesse impacto, muitas vezes, nocivo no desenvolvimento mental, cognitivo, emocional, quer dizer, tudo abrange a saúde mental, principalmente em crianças e adolescentes.”

Raquel ressalta sobre o uso consciente de redes sociais e que não necessariamente pode desencadear doenças mentais.

“Não é que necessariamente vai desencadear. Pode desencadear, pode ser um facilitador, pode ser um gatilho esse consumo. E a gente não está falando de um consumo moderado, sempre é importante pontuar um consumo desenfreado, um consumo excessivo, um consumo sem limites. Então, esse consumo desenfreado, excessivo, sem limites, pode. E também não necessariamente esse consumo excessivo vai afetar todas as crianças e adolescentes que estão expostas a esse consumo. Mas pode desencadear vários problemas mentais, porque isso tem um impacto diretamente na vida escolar, na vida social, escolar e familiar, desses jovens.”

Por fim, esclarece que a busca de ajuda em uma rede de apoio e de se ter a noção que precisa de ajuda é essencial para saúde mental.

“Primeiro, é tomar a consciência, o reconhecimento da pessoa em si, do adolescente ou dos pais, quando se trata de criança, adolescente, os pais estarem atentos. Primeiro, a percepção, perceber que seu filho ou que eu preciso de ajuda, ou que o indivíduo precisa de ajuda, ou que meu filho, meu aluno precisa de ajuda. Então é perceber a percepção, a consciência, primeiro acho que é isso, pra gente tentar, como você falou, acho que nem tanto controlar, pode ser, mas ajudar as pessoas que, como você colocou, desenvolveram alguma doença mental a partir desse consumo. A partir dessa percepção, dessa consciência, o diálogo, a conversa, tentar mediar, priorizar, negociar com esse filho, com essa criança, com esse adolescente, principalmente em casos extremos, às vezes nem precisa ser tão extremo assim, buscar ajuda, ajuda profissional, ajuda emocional, psicológica,   existem varias formas de controlar, e ou de ajudar, principalmente buscando o reconhecimento, reconhecer, ter essa consciência e buscar ajuda de profissionais e ter, principalmente, essa ajuda não seria nada se não tiver o apoio familiar, o apoio ali de amigos, pessoas importantes, da escola e, principalmente, o apoio dos pais, quando se trata de crianças e adolescentes.”

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