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Músico Efraim/ arquivo pessoal

Considerado um menino prodígio no ramo musical, Efraim Henrique Pinheiro de Rezende, hoje com 18 anos, começou sua carreira quando ainda era uma criança. 

Vindo de lar cristão, que é sem dúvidas um celeiro de músicos de vários segmentos, no Brasil e no mundo, a  história de Efraim não foi diferente. Durante os cultos de sua igreja, quando tinha 3, 4 anos, já se declarava apaixonado por música, mais ainda pelo instrumento musical bateria. Em suas palavras, quando criança, ele ficava vidrado na bateria, com a explicação de que talvez fosse o barulho que chamava sua atenção.

Mesmo apaixonado por bateria, o início de sua história musical começou com outro instrumento: o violão, pois pela pouca idade que tinha, que era de 4 a 5 anos, os professores de bateria que existiam na cidade de Efraim não o aceitavam como aluno.

Então, quando tinha 5 anos, seu irmão mais velho, Amauri Victor, começou a ter aulas de violão e isso também impressionou o menino, mesmo sendo tão pequeno e já com sua aparente desenvoltura para a música, decidiu por si só aprender a tocar violão de forma autodidata. 

Em seu breve relato ao Lab notícias, achando até mesmo graça de suas próprias repostas, Efraim diz que ele e seu irmão estudavam em turnos diferentes na escola, e enquanto Amauri, na época com 10 anos, estava na escola, Efraim utilizava dos materiais de ensino de seu irmão para aprender a tocar o violão.

Nascimento de um Baterista

Depois desse período, aos 7 anos, os pais de Efraim conseguiram matriculá-lo no curso de bateria, e neste momento temos uma virada de chave na vida do menino. Na vida existem pessoas que são predestinadas a alguma coisa, no caso de Efraim não sabemos se ele nasceu para a bateria ou se a bateria nasceu para ele, pois sua memória não o deixa esquecer que sua primeira aula de bateria foi em uma quinta-feira de tarde, e na mesma quinta-feira, no culto da noite, seu pastor deu a oportunidade de tocar. Depois disso, ele nunca mais saiu da frente do instrumento.

Efraim na igreja/arquivo pessoal.

Aos 12 anos, depois de 6 anos de estudo, seu professor o liberou das aulas com a justificativa de que já teria o ensinado tudo o que sabia. Mas isso não impediu que o menino continuasse sua busca por aprender, então durante 2 anos Efraim estudou por conta própria. Até esse momento, a paixão de Efraim era somente em tocar o instrumento, mas o que ele tinha de conhecimento era tão vasto que não poderia ficar guardado somente para ele.

Professor aos 14 anos

Aos 14 anos, uma proposta de ensinar um colega bateu em sua porta, e apesar de nunca ter ensinado a ninguém, somente encantado as pessoas com suas performances na bateria, ele não recusou a oferta, e o garoto que tanto já tinha estudado, começou sua nova jornada de estudo para aprender qual didática deveria utilizar para ensinar.

Em uma decisão acertada, ele não parou no primeiro aluno, então sua fama sendo reconhecida, surgiu uma oportunidade de ser professor de bateria em uma escola de música de sua cidade: ele se torna professor, e decide por fazer diferente, então em suas aulas, crianças de 5 anos podem ter a oportunidade de aprender, dando espaço também para meninas e mulheres.

Quando Efraim responde nossos questionamentos, suas respostas são sempre claras e calmas, dando a sensação de que ele ainda não tem a dimensão do que ele é com tão pouca idade. Ainda adolescente, responde de forma natural que ensinou e formou 70 novos bateristas.

A música como profissão veio no momento em que ele se viu com alunos e tendo retorno financeiro, mas não somente por isso, pois seria fácil demais. Em sua mente ainda muito imatura para muitas outras coisas, a música era algo que estava bem amadurecido em suas escolhas. A partir deste momento, decidiu por estudar e fazer o tão conhecido Networking que nada mais é do que conhecer pessoas e cultivar contatos. Em suas palavras, estar no lugar certo, e com pessoas certas. E sempre pautado nos estudos.

E os pais, o que acham ?

Sem contar os pais que já são do ramo musical, os pais de vida comum não querem que seus filhos escolham uma profissão que tenha tantas incertezas. Na vida de Efraim não foi e ainda não é diferente, seus pais de início não queriam que o filho seguisse por esse caminho.

Hoje eles respeitam sua escolha, mas em alguns raros momentos, talvez mesmo sem intenção, algumas palavras duras são lançadas. Tendo também o apoio de seu irmão, que também é músico, mas decidiu seguir rumos diferentes, tendo a música como paixão, mas nada profissional. Mencionando os amigos que em sua maioria o apoia e sempre estão deslumbrados com o talento do menino tão jovem.

O Futuro 

Hoje aos 18 anos, ele é estudante de Música-Licenciatura no ensino de instrumento musical bateria, na UFG (Universidade Federal de Goiás). Seu Networking  o concedeu a oportunidade de se tornar integrante da Big Band Basileu França, mas ainda alçar novos horizontes, como participar de um grupo musical que toca em casamentos, além de participar de gravação de músicas e ser convidado para fazer parte do concerto Natal do Bem, juntamente com a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás no ano de 2023.

Para o Efraim ele escolheu a música, mas para nós que assistimos à sua jornada, ele foi escolhido por ela. Em seu futuro, deseja poucas coisas, pelo tamanho de seu talento. Espera estar consolidado na área musical, viver da música e fazer o que ele ama, que é ensinar. 

Quando perguntado sobre alguns desejos futuros, ele enfatiza sua paixão por ensinar, e tem como objetivo se tornar um dos melhores educadores em música. Questionamos sobre se tornar um músico que trabalhe para alguém famoso, e sua resposta é simples e calma: “Antes de ser professor de música eu sou músico também, então o tocar é muito importante para mim”, mas ele nega seu desejo de viver na estrada. 

Muitas coisas estão reservadas para Efraim, pelo talento que é inegável ,e pela luta de sempre buscar o conhecimento. E esperamos ouvir falar cada vez mais de seus feitos no meio musical.

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