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Todo ano, quando a seca chega em Goiás, a rotina muda. A paisagem fica mais cinza, o ar mais seco, e com ele, vêm as queimadas. Elas não só tingem o céu de fumaça, mas também trazem um monte de problemas para quem vive nas cidades. Em 2024, as queimadas estão ainda mais intensas, especialmente em áreas residenciais, afetando a saúde e a segurança dos moradores.
Perigo das queimadas
Em agosto de 2024, o estado de Goiás registrou mais de 200 focos de queimadas apenas no final do mês, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma parte desses incêndios ocorre em áreas próximas a residências, o que coloca em risco direto a vida e o patrimônio das pessoas.
Para quem vive na cidade, o problema não é só uma questão estatística, mas uma realidade presente no cotidiano. Daniel Carvalho, assessor jurídico e morador de Goiânia, relata a frequência dos incêndios que observa no seu dia a dia:
Essa vivência é compartilhada por Claudia Regina, costureira e residente do bairro Floresta, que descreve como a tranquilidade do bairro é interrompida pelas queimadas:
Efeitos na saúde pública
Além dos riscos imediatos de incêndio, as queimadas próximas a áreas residenciais têm um impacto direto na saúde pública. A fumaça gerada por esses incêndios aumenta a poluição do ar, causando sérios problemas respiratórios, principalmente em crianças, idosos e pessoas com condições de enfermidades pré-existentes.
“Muitas pessoas aqui têm problemas respiratórios, como asma, rinite e sinusite, e sofrem demais,” acrescenta Claudia.
André Amorim, coordenador do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), explica que o fogo não se inicia sozinho, especialmente em áreas urbanas.
Principais riscos
As queimadas em áreas residenciais trazem consequências que vão além dos sintomas físicos, impactando a saúde, a qualidade de vida e a segurança dos moradores, que se veem cercados pela fumaça e temem pela integridade de suas casas. Entre os principais riscos, destacam-se:
- Aumento de doenças oculares e irritações na pele.
- Impacto na fauna local, causando mortes de animais domésticos e silvestres.
- Redução da visibilidade nas vias, aumentando o risco de acidentes.
- Desvalorização dos imóveis próximos a áreas afetadas.
- Comprometimento da qualidade de vida e sensação de insegurança constante.
Medidas preventivas
Para evitar tragédias, é fundamental que a limpeza de terrenos seja feita de forma segura e sem o uso de fogo. André Amorim orienta:
Claudia Regina também critica a ausência de medidas efetivas, defendendo a necessidade de maior vigilância e o uso de tecnologia para monitorar áreas de risco. “Precisamos de vigilância constante e soluções, como cercar as áreas e monitorar com drones ou câmeras, para proteger a comunidade e os animais que vivem nesses locais.”
Recomendações
Confira na imagem abaixo algumas orientações recomendadas pelo Ministério da Saúde para minimizar a exposição às partículas provenientes das queimadas: