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Uma história que combina tênis, Zendaya e o Príncipe Charles talvez seja uma mistura inusitada demais para dar certo. Mas deu: essa trama, que une um elenco talentoso e uma direção competente e concisa, alcançou uma nota de 88% de aprovação no Rotten Tomatoes e foi o quinto filme mais assistido no Brasil no mês de lançamento.
“Rivais”, atualmente disponível na Amazon Prime, é um filme dirigido pelo premiado cineasta Luca Guadagnino, lançado este ano, acompanha a história de três jovens no mundo complexo, competitivo e atraente do tênis.
O longa conta a trajetória de Tashi (Zendaya), uma ex-tenista prodígio que agora treina seu marido, Art (Mike Faist), transformando-o de jogador comum em campeão mundial. No entanto, Art atravessa uma fase difícil, acumulando derrotas, e Tashi o inscreve em um torneio de nível inferior, o Challenger, onde ele terá de enfrentar Patrick (Josh O’Connor), ex-namorado de Tashi e antigo melhor amigo de Art. Patrick, também uma ex-promessa do tênis, está em declínio.
Com uma narrativa envolvente, o filme capta a atenção do público ao mostrar que as relações humanas podem ser tão interessantes quanto uma trama de ação ou comédia. Quando esses relacionamentos são construídos em torno de um esporte exclusivo e elitizado, a intensidade emocional se potencializa.
Com um triângulo amoroso no centro da narrativa, o que está em jogo são os limites. Perguntas como: qual o limite da amizade? Até onde vai uma paixão? O que você está disposto a sacrificar pelo que deseja? Qual o limite do corpo humano em um esporte que exige tanta resistência física? Esses são alguns dos questionamentos que o público é levado a fazer.
Engana-se quem pensa que este é um filme sobre vencer no tênis; na verdade, é uma obra sobre relacionamentos. Como diz a própria personagem Tashi, o esporte é um relacionamento entre pessoas, adversários e o campo.
De acordo com a jornalista e crítica de cinema, Isabella Boscov, Rivais é sexy e envolvente, algo que o diretor Luca Guadagnino mostrou saber fazer muito bem em outros títulos que dirigiu, como o sucesso de bilheteria “Me Chame pelo Seu Nome”, de 2017.
Semelhante a trabalhos anteriores de Guadagnino, esta é uma história sem plot twists ou reviravoltas irreais. O que temos para assistir são seres humanos sendo humanos, escolhendo de acordo com seus próprios interesses e inspirações.
Bem, se a estrela do filme são os personagens, as atuações exigiram um nível de excelência impecável e assim foi feito. O trio principal dá um show de personalidades e atuações concisas. Art, interpretado por Mike Faist, é amoroso, divertido e cordial, mas ao mesmo tempo demonstra sempre depender de alguém, aguardando uma confirmação ou segunda opinião. Uma personalidade que se encaixa perfeitamente à de sua esposa, Tashi, vivida por Zendaya, que apresenta uma personalidade forte, controladora e determinada.
O ex-amigo e ex-namorado do casal, Patrick, interpretado por Josh O’Connor (que também já viveu o Príncipe Charles jovem na série britânica The Crown), quebra os padrões estabelecidos pelos dois personagens. Ele é bem-humorado, pilantra e, de certa forma, aproveitador. Talentoso, mas muito impulsivo, essas características trazem muitos conflitos à trama.
Todo o longa é editado de forma não linear, com três linhas do tempo sendo exibidas: o passado, quando eles ainda eram adolescentes e se entrelaçam pela primeira vez; uma semana antes do jogo final, quando Art e Patrick se enfrentam; e o jogo final.
Vale destacar que o jogo final é revelado em partes, e quanto mais o espectador conhece os personagens, mais emocionalmente intenso ele se torna. Justamente pela expectativa criada em torno do resultado dessa partida, a cena final pode agradar ou enfurecer o público.
De forma geral, Rivais é um filme prazeroso e emocionalmente envolvente. Ele combina bem o tênis, que pode parecer um esporte lento e pouco entusiástico, com as relações entre pessoas complexas desse meio pouco conhecido.
Rivais vai te conquistar, divertir, seduzir, e pode até despertar em você a vontade de conhecer o esporte.