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O diabetes atinge 10,2% da população brasileira, conforme dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). O índice representa aumento com relação a 2021, quando era 9,1%. O último inquérito Vigitel mostra também que o diagnóstico é mais frequente entre as mulheres (11,1%), do que entre os homens (9,1%).
O LN entrou em contato com o Senhor Sebastião, mecânico de veículos pesados, de 70 anos que em 2024 sofreu com internações e teve que se adaptar à doença em sua rotina diária. Senhor Sebastião trabalhava num ritmo intenso e acordava às 5h00 todos os dias para fazer caminhada.
“Eu fiquei surpreso quando me consultei com dores e a médica disse que eu era pré-diabético, na minha família não tem casos de diabetes. A minha alimentação era um pouco bagunçada, mas a médica me falou que muitas coisas podem ocasionar a diabetes, aliadas à má alimentação”.
“Eu tomava meus remédios diariamente, mas nunca tive os cuidados preventivos e acabei sofrendo com a doença, meu índice glicêmico subiu de repente e eu tive que ser internado”.
Sebastião ficou internado por 40 dias no Hospital Santa Rosa, em Goiânia, devido a uma piora no seu quadro de diabetes. Ele conta que se queixou de dores no ombro e nas pernas e passou por diversos médicos que não conseguiram dar um diagnóstico preciso pra ele. Essas dores ocasionaram uma infecção generalizada no seu corpo e só com a internação e uma bateria especializadas de exames foi constatado que a infecção se deu por conta da diabetes.
“Eu gostava de comer muitas coisas que tem bastante açúcar e hoje não posso comer mais, diariamente tenho que tomar insulina antes das minhas refeições”. Declarou Sebastião.
“Eu deixo uma mensagem para as pessoas se cuidarem mais e buscarem ajuda quando sentirem algo relacionado a doença. Eu ainda como algumas coisas que aumentam o nível de açúcar no meu organismo, mas com a ajuda dos medicamentos, hoje posso dizer que minha diabetes está controlada, mas ela pode variar e apresentar aumentos e diminuições dia após dia”.
O LabNoticias também conversou com o filho do Senhor Sebastião, Eliton Santos, que nos contou que também apresentou quadro de pré-diabetes, devido a má alimentação e ao sedentarismo.
“A minha reação foi de tristeza no momento, porém tive que adotar algumas medidas para reverter a situação, cortei açúcar e doces, passei a ingerir menos carboidratos e reduzir significativamente a quantidade de arroz nas refeições diárias, também passei a equilibrar as refeições com mais frutas e verduras, e praticar mais atividades físicas”. Finalizou Eliton.
A pesquisa Vigitel Brasil 2023 identificou ainda que o diagnóstico de diabetes na população adulta residente nas capitais brasileiras aumenta, conforme o avanço da idade dos entrevistados, e com o nível de escolaridade. Entre quem tem mais de 65 anos, 30,3% têm diabetes. E quando considerados os anos de estudo, aqueles com a menor escolaridade (entre 0 a 8 anos), apresentam o maior percentual de diabetes (19,4%).
O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Porém, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que o Brasil possa subir para quarta posição neste ranking.
No Brasil, cerca de 90% dos diabéticos brasileiros são do tipo 2, quando o corpo desenvolve resistência aos efeitos da insulina e pode ter causas hereditárias ou ligadas a hábitos de vida. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% da população não sabem que tem a doença.