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Aline Drumond
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Um dia parei para pensar, o quanto o luto à noite é silencioso. Durante o dia, temos as nossas obrigações, as pessoas ao nosso redor, o barulho gritante da correria do dia a dia. Mas, quando chega a noite, a escuridão toma conta de tudo, a saudade aperta mais forte e a dor se torna mais densa, mais profunda e cada vez mais difícil de ignorar.

O vazio parece tomar conta de tudo. A casa fica mais silenciosa, as paredes ficam mais estreitas, e dentro de mim, tudo se aquieta, de uma maneira completamente desconfortável. Tenho o pensamento de que o luto é um visitante indesejado e inesperado, que quando menos esperamos, entra sem pedir licença e se instala. Na solidão da noite, ele revela o tamanho da sua magnitude, e é no silêncio que ele fala mais alto.

As horas passam, mas elas não têm o mesmo peso que tinham antes. Antes do luto, o tempo passava com rapidez. E agora? Agora as horas se arrastam, como se o tempo não passasse. Sinto que estou aguardando algo que nunca virá. Cada minuto é uma lembrança dolorosa, uma lembrança da perda, de alguém que se foi e não irá mais voltar.

À noite, que deveria ser um momento de descanso, monta-se o palco perfeito para a solidão do luto. Não há lugar para ir. Apenas um vazio imenso que toma conta dos pensamentos, das lembranças, de tudo o que foi perdido.

O luto é apenas uma conversa silenciosa com a ausência. Uma lembrança que aparece de repente, uma saudade detalhada ou até mesmo um som de risada que ecoa em algum lugar. E é nessas pequenas coisas, que o amor que ficou se mistura com a dor da partida, e assim percebemos que o luto nunca irá passar e quem se foi não irá mais voltar.

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