Sugestões de Pauta para Reportagem 2 (PTJ2)

Seguem, logo abaixo, sugestões de pauta para a segunda Reportagem da disciplina de PTJ2, com datas de entrega agendadas para o dia 17 de janeiro (Turma A) e 24 de janeiro (Turma B).

As reportagens têm pauta livre e a decisão de seguir ou adaptar qualquer uma das sugestões a seguir, dadas pelo professor, é absolutamente opcional.

Chuvas em Goiânia: De novo e mais uma vez

Goiânia enfrentou um temporal muito forte no seu primeiro domingo de 2024. De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), rios e canais transbordaram e foram registrados ventos de até 47 km/h. Em uma via alagada e com forte enxurrada na altura dos joelhos, um motociclista foi visto tentando tapar, sozinho e a pé, um bueiro que explodiu a tampa com a quantidade de água que preenchia as ruas.

A pauta propõe explorar, resgatando os danos causados pelo temporal como gancho factual, instruções de segurança para motoristas e pedestres em situações de tempestade; possibilidades de planejamento urbano compatíveis com a realidade e o orçamento de nossa cidade; cobrança de respostas das autoridades públicas por meio das soluções propostas pelos especialistas; e perspectivas da conexão entre fatos como esse e a intensificação da emergência climática pela qual passamos neste momento.

Sugestões de Entrevistados:

O Centro e o destino de um estandarte eleitoral

O centro de Goiânia, dono de uma pujante cena cultural apenas há alguns anos, hoje encontra algum eco desse passado em eventos no Beco da Codorna, ao mesmo tempo que coleciona portas fechadas com placas de “vende-se/aluga-se”. Em ano de eleições municipais, como era de se esperar, a Prefeitura de Goiânia finalmente lançou um programa de recuperação para o setor, com avaliações bastante variadas de urbanistas e promotores da cena cultural em Goiânia.

Para além do uso eleitoral de incontáveis programas de revitalização do Centro, não há um esforço que possa ser contínuo? Ou que não depende da renovação do Paço a cada 4 anos? O Iphan não teria algo a dizer, considerando a necessidade de proteger patrimônios nacionais, como o já batido art decó de nossos prédios? E quanto às opções de lazer, para além dos bares? O Cine Ritz, por exemplo, sofreu interdição no último ano e já anda mal das pernas há algum tempo. A falta de cuidado com o Centro já não reflete a ausência de memórias afetivas dos seus gestores com aquele lugar?

  • Fabrício Cordeiro, diretor do Cine Cultura, na Praça Cívica
  • Valéria Pereira Lima, professora do IESA/UFG que estuda memória e cidade
  • Superintendência do IPHAN em Goiás – (62) 3224-1310
  • Proprietários de locais que abrigam eventos ou socialização: Casa Liberté, Zé Latinhas, Casa Rosada

Uma Prefeitura tecnológica: Serviços públicos privados?

A prefeitura de Goiânia realizou concurso público em 2020 para uma série de cargos, em diversas áreas diferentes. No entanto, chama a atenção a dificuldade que o Paço Municipal parece ter de utilizar sua força de trabalho para iniciativas envolvendo tecnologia, preferindo sempre terceirizar os serviços. A empresa NúcleoGov assumiu a gestão do site da prefeitura há algum tempo, ao mesmo tempo que a Mapzer realizou um serviço de monitoramento de “problemas urbanos” usando um carro inteligente aparentemente com dispensa de licitação para contratação da empresa. O TCM enxergou irregularidade no assunto. Nenhuma dessas operações, por exemplo, aparecem na lista de licitações dispensadas no próprio site da prefeitura.

Os casos não são apenas problemáticos do ponto de vista operacional (nem a Mapzer nem o Paço parecem ter apresentado qualquer relatório sobre suas operações até o momento), mas chamam a atenção num contexto em que a legislação procura se modernizar e já propõe algumas questões: Se uma empresa privada produz e lida com dados que estão sob administração do Estado, como armazená-los de forma segura? Serviços públicos de importância estratégica como os citados não deveriam ser administrados diretamente pelo Estado? Por que não há concursos públicos para a área? E se há, onde estão os servidores que poderiam propor e desenvolver soluções como essas? Os recursos gastos com a contratação destas empresas não são equivalentes — ou até maiores — do que o de desenvolver essas soluções internamente?

Sugestões de Entrevistados:

  • Prefeitura de Goiânia
  • Tribunal de Contas do Município
  • Engenheiro/Cientista da computação, para julgar se de fato não há outras empresas que seriam capazes de oferecer os serviços que tiveram licitação dispensada
  • Jurista/advogado, capaz de oferecer algum juízo sobre a soberania e a guarda dos dados do Estado por empresas privadas
  • Mapzer
  • NúcleoGov

VAT: Está na hora de rever as relações de trabalho?

A trend “Vida Além do Trabalho” (VAT) viralizou no TIkTok nas últimas semanas, propondo uma revisão do tempo dedicado ao emprego em benfício de uma vida mais saudável. A discussão chegou ao Congresso, recebendo apoio de deputados federais que rascunham projetos de lei para oferecer alguma medida nesse sentido, como a mudança da escala 6×1 (6 dias de trabalho, uma fogla) por uma de 4×3. O equilíbrio entre vida pessoal e trabalho é altamente valorizado pelos brasileiros.

O tema suscita várias questões quanto à sua operacionalização e a pauta sugere investigar justamente a sua necessidade, viabilidade e condições de aplicação concreta nos mais diferentes cenários, para além das empresas privadas. Como esse novo cenário seria aplicável ao setor público? Justificaria discussões históricas como a redução da carga horária diária de 8 para 6 horas ou ajudaria a reduzir custos? Seria importante explorar também como ficaria essa carga horária ajustada para profissionais liberais, como médicos, advogados ou jornalistas, que têm uma relação diferente com o cumprimento da carga horária do seu expediente, ou mesmo para trabalhadores de plataformas, que não têm sequer instrumentos legislativos que garantam direitos nessa seara.

Sugestões de Entrevistados:

  • Revalino Freitas, professor da FCS/UFG e líder do NEST, grupo de pesquisa sobre trabalho e sociedade
  • Rafael Grohman e/ou pessoal do Digilabour
  • Advogado especialista em direito trabalhista e/ou professor pesquisador de curso de Direito da UFG
  • Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL)
  • Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG)
  • Empresários e donos de comércios locais que possam dar alguma posição sobre o assunto