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Apesar de um burburinho que tratava a eleição de 2018 como uma decisão difícil e do retorno do ex-presidente Lula, que lidera nas pesquisas, figuras quase coadjuvantes nadam como rêmoras nas pesquisas presidenciais: a lenda da terceira via. Figuras como Ciro Gomes, André Janones e Simone Tebet atualmente perseguem o posto, com suas porcentagens (não tão) representativas.
Na última pesquisa do Quaest Consultoria, de 06/07/2022, Lula e Bolsonaro disputam com 45% e 31%, respectivamente. De forma discreta, Ciro Gomes alcança 6% e André Janones e Simone Tebet com algo em torno de 2% — outros candidatos acumulam 3%. Pela lógica matemática, é claro que, mesmo com a soma de todos os coadjuvantes, não se impõe uma possibilidade de disputa.
Há algum tempo, o brasileiro está acostumado com a dualidade e polarização nas disputas para presidente. Mesmo com um quase misticismo entre a direita e esquerda, o eleitorado, ao fim, se divide já há algum tempo entre o Partido dos Trabalhadores (PT), e, antes do falecido Partido Social Liberal (PSL), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) era quem dominava a oposição.
Porém, a insistência de uma terceira via vem se saturando, com o surgimento de figuras que são até mesmo cômicas, como Sérgio Moro e Luciano Huck. Ambos foram certamente impulsionados pela sua presença e repercussão na mídia, respectivamente pelo julgamento do ex-presidente Lula, e pela presença no horário nobre da Globo. Desistentes da candidatura para presidente, ambos poderiam estar hoje dividindo o pódio com os nomes já citados aqui.
Mas, ao fim, com quantas figuras podemos, de fato, criar alguém que consiga instigar um possível segundo turno ou, ao menos, acumular mais de 1/6 das intenções de voto? Nesse movimento de tentar se construir um presidenciável digno, a mídia vem fazendo um esforço especial com Simone Tebet, (senadora pelo estado de Mato Grosso do Sul) que vem ganhando destaque desde sua atuação na CPI da Covid. A figura de Simone vem até mesmo sendo associada com seu adversário, Ciro Gomes, nos devaneios de uma super terceira via.
Clamando por “ventos de mudança” e por uma “nova política” — termos que se tornaram slogan do movimento, personas humildes, mas ambiciosas, que esperam ansiosamente pela queda desse embate e imploram por um modo de jogo que inclua o multiplayer, ou na realidade, que alguém abandone o controle e ceda o protagonismo.