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Ronilma Pinheiro
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os idosos são o grupo populacional de maior risco para o suicídio. De acordo com dados da OMS, somente no Brasil, cerca de 1.200 pessoas com 60 anos ou mais morrem a cada ano em decorrência de suicídio. Diante dessa preocupação, o Centro de Valorização da Vida (CVV), fez um alerta em seu portal na internet para a população e chama atenção para os cuidados desse público. No entanto, apesar dessas informações e preocupações, o que temos visto na sociedade é um descaso para com esta problemática, por parte principalmente das autoridades da área de saúde pública, de pesquisadores, da mídia e até mesmo dos familiares dessas pessoas. 

Talvez a terceira idade, que também é conhecida como melhor idade, seja uma das mais importantes fases da vida. Geralmente é nesta fase que os filhos se casam e precisam sair da casa dos pais, é quando esse público encerra a sua trajetória profissional. É nessa época também que, na maioria das vezes, perde-se muitos amigos e entes queridos, além de na maioria dos casos, surgirem alguns problemas de saúde. Com tantas perdas e transformações em suas vidas, é comum que os idosos fiquem deprimidos ao passarem por esses acontecimentos. Afinal, é uma carga emocional muito grande, pela qual todo ser humano sofreria alguma consequência psicológica, como afirma o psicólogo Wadson Arantes Gama, em entrevista concedida à rádio Universitária da Universidade Federal de Goiás.

De acordo com o Instituto de Psiquiatria Paulista, a depressão, quando acomete esse público, apresenta algumas características às quais o responsável pelo idoso e os familiares precisam ficar atentos. Assim, os sintomas que surgem na depressão em idosos são bem atípicos e, na maioria dos casos,  muitos desses idosos nem parecem ou mesmo se sentem tristes. Enquanto que a falta de memória pode muitas vezes ser um sinal forte de depressão, que acaba se confundindo com demência nessa fase. Como resultado disso, muitos pacientes não aceitam a doença e acabam resistindo aos tratamentos, além dessa apresentação da doença de forma diferente acabar ainda dificultando o diagnóstico.

É nesse momento que o apoio familiar se torna fundamental. Então, tratar o idoso com carinho, respeito e bondade com certeza irá ajudá-lo nesta compreensão de que o mesmo necessita de cuidados e da realização dos tratamentos cabíveis para a sua recuperação. Afinal, quem não gosta de ser cuidado com amor?

Ainda de acordo com o Instituto de Psiquiatria Paulista, a depressão na terceira idade pode causar muitos impactos na vida do idoso, como a interferência em aspectos físicos, haja vista que o idoso, uma vez depressivo, irá perder a vontade de praticar exercícios, se alimentar saudavelmente, participar de programas sociais e até mesmo perder a vontade de tomar os remédios para as enfermidades que surgem com a idade.

Além disso, o IPP faz uma observação sobre a necessidade de se estimular uma vida sexual ativa, mesmo na terceira idade, pois contribui muito para a saúde física e mental. Uma vez que o sexo é um aspecto importante na vida de todo adulto, inclusive dos idosos. As mulheres, quando entram na menopausa, por exemplo, podem sentir baixa libido e dificuldades na hora da relação sexual, assim como os homens podem sofrer com a impotência e esses problemas sexuais podem também contribuir para o desenvolvimento da depressão nos idosos. 

Mas, a consequência mais grave da depressão é o risco de suicídio, o que aumenta ainda mais na terceira idade. Dessa forma, é preciso que, juntos, cuidemos dos nossos idosos. E quando falamos juntos, estamos nos referindo à saúde pública, às academias, aos familiares e amigos. Pois a luta pela vida deve ser um dever de todos.

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