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A Universidade Federal de Goiás (UFG)  reestruturou os valores de subsídios destinados à alimentação estudantil no Restaurante Universitário, resultando no aumento do preço pago por estudantes de pós-graduação da instituição, que passou de R$ 4,00 para R$ 7,34 por refeição. A ação gerou descontentamento entre os discentes, culminando no protesto do dia 04 de julho e acentuando o debate sobre os programas de inclusão e permanência desenvolvidos junto à comunidade acadêmica.

Pioneira na discussão, a UFG implementou ainda em 2008 o UFGInclui, aglutinando e expandindo ações neste sentido implementadas anteriormente. O programa propôs enfrentar o desafio da inclusão social  trazendo políticas mais coesas na democratização da graduação, com vistas não somente à democratização do acesso ao ensino superior, mas à permanência plena dos estudantes nos cursos de graduação desta universidade. 

Passados catorze anos do início do programa e com grandes avanços conquistados, a UFG se encontra no momento onde necessita sistematizar agora as ações feitas na graduação também para os níveis de pós-graduação dos cursos de Lato Sensu e Stricto Sensu. Somente em 2015 o Conselho Universitário aprovou a resolução que possibilitaria uma política de ações afirmativas para pessoas pretas, pardas e indígenas na Pós-Graduação na UFG. Ações mais abrangentes, como reserva de vagas para pessoas transgênero aparecem apenas de forma espaçada em cursos menos conservadores. 

O aumento no valor da refeição para o aluno de pós-graduação ilustra bem este cenário onde quem inicia de forma mais contínua e incisiva na pesquisa científica resvala nos mais diversos obstáculos e ver aprofundarem as diferenças daqueles que já se encontram socialmente fragilizados ou que venham de grupos historicamente subalternizados. A universidade se encontra totalmente inserida no contexto histórico, social e econômico da sociedade de forma que reproduz as formas de configuração da existência humana advindas deste contexto. 

A Universidade de São Paulo (USP) deu um importante passo no último mês ao abrir a primeira Pró-reitoria de Inclusão e Permanência em uma instituição de ensino superior brasileira. O órgão terá como meta coordenar todas as ações de inclusão da universidade em todos os níveis acadêmicos e levando também para a área da docência e dos servidores da USP. Fica o exemplo para a luta por uma universidade pública e de qualidade que possibilite a diversidade e construção de uma ciência plural, popular e aberta. 

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