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Em um curto período de dois meses, casos de estupro tiveram grande repercussão. A exposição da atriz Klara Castanho sobre o abuso sofrido e a entrega da criança à adoção. Uma criança de 11 anos abusada pelo padrasto que ficou grávida. Um homem, “médico”, se aproveitou de uma gestante durante seu parto enquanto estava anestesiada, sem ter a mínima consciência. E com tudo isso, esta realidade parece não parar por aqui e demonstra não ter um padrão para fazer vítimas, independente de idade, classe ou situação social, as mulheres parecem nunca estar a salvo.

Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, o Brasil registrou um estupro a cada 10 minutos. Além disso, os dados revelam um índice ainda mais assustador: crianças e adolescentes, de até 13 anos, representaram mais da metade dos casos de estupro no país. Você possivelmente conhece alguma.

A culpa da vítima

A falta de tato, compaixão e empatia por parte da mídia para tratar do tema, assusta. Na maioria das vezes, quase não se fala no acusado, apenas a vítima é anunciada, mesmo depois de passar por todo processo traumático.Toda a exposição desnecessária fica a cargo de veículos de comunicação que, em muitos casos, pareciam apenas buscar ‘engajamento’ em meio às redes sociais.

 A figura do agressor não é colocada e, em algumas situações,  parecem querer “justificar” o crime. Como exemplo, outro crime de grande repercussão em que a figura da vítima foi mais propagada, foi de Mariana Ferrer. Após toda a divulgação na mídia, foi instaurada a Lei Mariana Ferrer, que tem como objetivo principal, coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas.

Tem solução?

O Governo Federal, com base nas estatísticas apresentadas anteriormente, até tenta tomar iniciativas para coibir estes crimes, com a criação de leis e programas que incentivam a denúncia. Entretanto, é curioso pensar que políticas importantes, como ensinar as crianças sobre educação sexual é algo que desagrada conservadores. Tal discussão dentro das escolas pode facilitar a identificar abusadores que passariam impunes, além de fazer com que o conhecimento a respeito dos direitos das vítimas possam ser preservados e difundidos.

A quantidade de crimes dentro desse arcabouço pode diminuir a partir do momento em que os esforços do governo fiquem voltados para políticas de educação, segurança pública e medidas punitivas que sejam efetivas. Além de métodos que garantam a segurança das vítimas ao denunciar e expor a situação. E para além disso, é preciso que a grande mídia tome cuidado ao noticiar algo assim, para que a vítima não seja mais uma vez violentada.

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