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O surto da doença, que engloba mais de 27 mil casos confirmados, gera preocupação a nível internacional
O monkeypox, o agente causador da varíola dos macacos, é um vírus classificado na família poxviridae, juntamente ao patógeno da varíola humana. Classificado como uma zoonose, o monkeypox pode ser transmitido de animais para humanos e de humanos para humanos. No entanto, o atual surto em diversos países está acontecendo em decorrência da transmissão apenas entre humanos. O primeiro caso no Brasil foi confirmado no dia 9 de junho de 2022. A enfermidade já ultrapassou mais de 27 mil casos no mundo, sendo que, nacionalmente, já há mais de 1.800 ocorrências.
Monkeypox: sintomas, cuidados e esclarecimentos
De acordo com Menira Souza, professora e pesquisadora de virologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás, o vírus pode ser propagado através do contato íntimo pele com pele, entre mucosas, ou pela via respiratória, após contato prolongado face a face. No momento, é de suma importância ficar atento aos principais sintomas: febre, dores musculares, fraqueza e, em alguns casos, ínguas, além das lesões características na pele (manchas avermelhadas que evoluem para vesículas e crostas), que são as principais fontes de transmissão da doença.
Em casos de suspeita ou diagnóstico de monkeypox, o protocolo a ser seguido, de acordo com a pesquisadora, é similar ao do COVID-19: um período de isolamento que pode variar de 3 a 4 semanas, a depender do período de cicatrização das feridas causadas pelo vírus. Durante a quarentena domiciliar, o enfermo deve separar os utensílios (talheres, roupas, toalhas, etc.) apenas para o seu uso, além de evitar o contato próximo com quaisquer outras pessoas.
A origem do atual surto da varíola dos macacos ainda é desconhecida para a Organização Mundial da Saúde, mas uma das suspeitas é de que os nascidos após a erradicação da varíola humana não foram vacinados, o que significa que não possuem qualquer tipo de proteção cruzada aos outros patógenos da mesma classificação viral, inclusive o monkeypox.
Embora haja uma vacina para a varíola dos macacos, há apenas um fabricante e, diante da demanda internacional, não existem maneiras de atender toda a população. A doença tem mortalidade que varia de 1% a 11% e o tratamento, na maioria dos casos, se resume a atuar nos sintomas. Casos mais graves podem necessitar do uso de antivírus específico. A despeito da baixa taxa de mortalidade do vírus monkeypox, os grupos de risco (crianças, idosos e imunocomprometidos) devem ter atenção redobrada aos sinais da doença.
O monkeypox também tem sequelas psicológicas
Ainda que falar acerca das consequências físicas da doença seja de fato imprescindível, discutir a respeito dos efeitos psicológicos também é importante, sobretudo diante da iminência de uma possível emergência de saúde pública internacional. Muito comparado ao COVID-19, o monkeypox, conforme Luana Gonçalves, psicóloga psicodramatista, também pode afetar a saúde mental do paciente, em especial quando se fala do isolamento social e, é claro, do medo da morte e contaminação. Para a psicóloga, todos esses sentimentos afetam profundamente o paciente, algo pouco mencionado quando essas patologias são abordadas.
Além disso, o estresse pós-traumático também é consideravelmente frequente em se tratando de doenças que exijam a quarentena, além do luto vivido por aqueles que perderam familiares e amigos para esses tipos de enfermidades. De acordo com a psicóloga, é indispensável também saber filtrar as informações recebidas sobre a doença, uma vez que notícias falsas e sensacionalistas podem piorar significativamente o psicológico do paciente. Sendo assim, é crucial que, identificando indícios de deterioração do quadro mental, o paciente busque ajuda profissional e, em casos que necessitem do uso de medicamentos, o encaminhamento psiquiátrico.
Portanto, o cidadão deve ter acesso às informações verídicas acerca do atual surto do vírus monkeypox, que podem ser diretamente consultadas através da Secretaria Estadual de Saúde. Em adição, o Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação de Monkeypox, instalada no dia 23 de maio de 2022 e com acesso no site do Governo Federal, através da qual atualizações confiáveis da enfermidade são postadas e monitoradas periodicamente.
Excelente notícia Carla, parabéns 👏🏽👏🏽
É sempre bom nos mantermos informados sobre essa doença, assim sabemos como nos previnir, e ficamos de olho nos sintomas.